Numa fase em que os bancos estão a dificultar o acesso as crédito por parte das empresas, a actividade económica a estagnar, e o desemprego a aumentar José Sócrates anunciou a abertura de mais linhas de crédito às empresas, o PME Investe III, que representa um aumento de liquidez de 1,4 mil milhões de euros.
Actualmente os bancos exigem garantias contratuais e imposições muito apertadas, e oferecem taxas de juro muito elevadas, o que tem vindo a influenciar as decisões de investimento por parte das empresas, que de momento estarão praticamente paralisadas.
Os próprios bancos, devido à instabilidade financeira actual, têm também muita dificuldade em conseguir crédito por parte de outros bancos, e estão a obter condições pouco atractivas, pelo que receiam oferecer taxas de juro mais baixas devido ao risco associado a esses empréstimos. No entanto, o aumento dos spreads não estão a reflectir verdadeiramente o custo de financiamento dos bancos.
Este aumento dos spreads poderá ser abrandado pela descida da taxa directora do BCE que influencia a Euribor que por sua vez serve de indexante aos contrapontos de crédito. A taxa de juro do BCE foi reduzida, em menos de um mês, em 100 pontos base, o que demonstra o empenho do BCE em estabilizar, em baixa, os juros.
Portugal está ainda entre os países que mais tem aumentado as suas taxas de juros desde o início da crise financeira internacional. Desta forma, as empresas portuguesas têm condições de acesso ao crédito ainda mais difíceis do que as restantes empresas da Zona Euro. Em Setembro de 2008 a banca portuguesa oferecia uma taxa de juro de 7,79 por cento face a uma taxa de 6,34 por cento praticada na Zona Euro.
Já nos empréstimos às grandes empresas, Portugal concede taxas abaixo da Zona Euro. Esta situação evidencia que são as pequenas e médias empresas, que providenciam emprego a grande parte da população activa, que mais estão a sofrer com dificuldades de financiamento.
Apesar de Jean-Claude Trichet ter já apelado aos bancos para fazerem reflectir nas suas taxas de juro as descidas efectuadas pelo BCE, devido à instabilidade do mercado financeiro internacional essas descidas não se fazem ainda sentir nas condições de crédito.
Não nos podemos esquecer que acima de tudo a normalização da actividade económica depende da regularização dos mercados financeiros. Se as taxas de juros não baixarem e o acesso ao crédito por parte das empresas não se tornar mais fácil, os projectos de investimento estagnam, tal como acabará por acontecer com actividade económica.
Em Setembro houve um aumento de 16,4 por cento de inscritos nos centros de emprego, o que demonstra que a crise internacional, além de afectar a economia financeira já alcançou, em larga escala, as famílias portuguesas.
De forma a ajudar as empresas neste momento de crise internacional, e na tentativa de salvar empregos, o governo português lançou novas linhas de crédito, acumulando às já existentes.
Esta intervenção tem o intuito de estimular a economia, e de evitar que muitas empresas entrem em situação de insolvência.
É de aplaudir medidas como esta que, em momentos de crise auxiliam as empresas a manterem-se na actividade económica e evitar que as famílias incorram em situações precárias e no risco de perder os seus bens.
É também de salientar que, nos anteriores programas PME Investe I e II, os proponentes à linha especial de crédito bonificado não podiam ter qualquer dívida à Administração Fiscal ou à Segurança Social. Neste novo programa a única exigência é, até agora, a manutenção dos postos de trabalho. Medida eleitoralista ou não, surge como mais uma lufada de ar fresco para as empresas portuguesas.
Sofia Newton Faria
sofianewton@hotmail.com
Actualmente os bancos exigem garantias contratuais e imposições muito apertadas, e oferecem taxas de juro muito elevadas, o que tem vindo a influenciar as decisões de investimento por parte das empresas, que de momento estarão praticamente paralisadas.
Os próprios bancos, devido à instabilidade financeira actual, têm também muita dificuldade em conseguir crédito por parte de outros bancos, e estão a obter condições pouco atractivas, pelo que receiam oferecer taxas de juro mais baixas devido ao risco associado a esses empréstimos. No entanto, o aumento dos spreads não estão a reflectir verdadeiramente o custo de financiamento dos bancos.
Este aumento dos spreads poderá ser abrandado pela descida da taxa directora do BCE que influencia a Euribor que por sua vez serve de indexante aos contrapontos de crédito. A taxa de juro do BCE foi reduzida, em menos de um mês, em 100 pontos base, o que demonstra o empenho do BCE em estabilizar, em baixa, os juros.
Portugal está ainda entre os países que mais tem aumentado as suas taxas de juros desde o início da crise financeira internacional. Desta forma, as empresas portuguesas têm condições de acesso ao crédito ainda mais difíceis do que as restantes empresas da Zona Euro. Em Setembro de 2008 a banca portuguesa oferecia uma taxa de juro de 7,79 por cento face a uma taxa de 6,34 por cento praticada na Zona Euro.
Já nos empréstimos às grandes empresas, Portugal concede taxas abaixo da Zona Euro. Esta situação evidencia que são as pequenas e médias empresas, que providenciam emprego a grande parte da população activa, que mais estão a sofrer com dificuldades de financiamento.
Apesar de Jean-Claude Trichet ter já apelado aos bancos para fazerem reflectir nas suas taxas de juro as descidas efectuadas pelo BCE, devido à instabilidade do mercado financeiro internacional essas descidas não se fazem ainda sentir nas condições de crédito.
Não nos podemos esquecer que acima de tudo a normalização da actividade económica depende da regularização dos mercados financeiros. Se as taxas de juros não baixarem e o acesso ao crédito por parte das empresas não se tornar mais fácil, os projectos de investimento estagnam, tal como acabará por acontecer com actividade económica.
Em Setembro houve um aumento de 16,4 por cento de inscritos nos centros de emprego, o que demonstra que a crise internacional, além de afectar a economia financeira já alcançou, em larga escala, as famílias portuguesas.
De forma a ajudar as empresas neste momento de crise internacional, e na tentativa de salvar empregos, o governo português lançou novas linhas de crédito, acumulando às já existentes.
Esta intervenção tem o intuito de estimular a economia, e de evitar que muitas empresas entrem em situação de insolvência.
É de aplaudir medidas como esta que, em momentos de crise auxiliam as empresas a manterem-se na actividade económica e evitar que as famílias incorram em situações precárias e no risco de perder os seus bens.
É também de salientar que, nos anteriores programas PME Investe I e II, os proponentes à linha especial de crédito bonificado não podiam ter qualquer dívida à Administração Fiscal ou à Segurança Social. Neste novo programa a única exigência é, até agora, a manutenção dos postos de trabalho. Medida eleitoralista ou não, surge como mais uma lufada de ar fresco para as empresas portuguesas.
Sofia Newton Faria
sofianewton@hotmail.com
(artigo de opinião)
Sem comentários:
Enviar um comentário