A
atividade das empresas tem repercussões positivas e negativas no meio social, ambiental
e económico. Desta forma, torna-se primordial percebermos o que é a
Responsabilidade Social das Empresas (RSE), e os motivos pela qual ganhou
importância.
Durante o inicio da década de 70, a RSE
começou a ganhar mais espaço na Europa, particularmente em Inglaterra e França,
dando origem à publicação do primeiro Balanço Social em França pela empresa
Singer, no ano de 1972. Este país, a 12 de Julho de 1977, com a lei 77.769, acabou
por ser pioneiro na obrigatoriedade da elaboração e publicação do Balanço
Social de empresas que empregassem mais de 750 trabalhadores.
Desde
o início do ano 2000 que a Comissão das Comunidades Europeias tem incentivado o
desenvolvimento da RSE, onde em 2001 definiu como sendo “a integração voluntária de preocupações sociais e ambientais por parte
das empresas nas suas operações e na sua interação com outras partes
interessadas”. Ou seja, as
empresas incorporam práticas socialmente
responsáveis, de forma voluntária, e funcionam como promotores do
desenvolvimento das sociedades onde se integram. Desta forma, a RSE deve ser
considerada como qualquer outro investimento que as empresas façam e não como
um custo, sem deixarem de ser economicamente sustentáveis.
O
novo comunicado sobre a estratégia atualizada 2011-2014 enfatiza “a responsabilidade das empresas pelos seus
impactos na sociedade”. A 3 de Março de 2010, foi apresentada pela Comissão
Europeia a “Europa 2020-Estratégia para
um crescimento sustentável e inclusivo”, onde os objetivos eram: a redução
de 20% de emissões de gases de efeito de estufa relativamente aos níveis de
1990; avançar no sentido de aumentar em 20% a quota de utilização de energias
renováveis no consumo final energético; e o incremento de 20% em eficiência
energética. Esta estratégia ambiental ficou conhecida como a estratégia 20/20/20.
É
importante realçar que a RSE vai além dos requisitos legais e reguladores
económicos, contribuindo assim para o desenvolvimento das sociedades através da
melhoria da qualidade de vida. Desta forma, a empresa demonstra que não pensa
apenas em atingir os seus objetivos, mas tem em consideração o bem-estar da sua
geração, assim como o bem-estar das gerações futuras.
Uma
empresa socialmente responsável deve não só respeitar os direitos dos seus
trabalhadores, como também proporcionar melhorias contínuas na sua qualidade de
vida, tanto a nível profissional como pessoal. No caso de recorrer a mão-de-obra
de outros países, nomeadamente de países em desenvolvimento, as empresas devem
ter preocupação com as condições de trabalho, evitando recorrer à exploração de
mão-de-obra e garantir que paga por ela o justo valor.
Com
o intuito de incentivar padrões de produção e consumo sustentáveis, foram
criados uma série de instrumentos de certificação, de forma a comprovar
práticas de ações de responsabilidade social. Uma empresa socialmente
certificada apresenta maior credibilidade e reputação no mercado. A China é o
país com o maior número de empresas certificadas, 39, seguindo-se a Itália, com
34, e o Brasil, com 28. Em Portugal apenas uma empresa é certificada, a qual desenvolve
projetos de apoio às comunidades de Timor e Angola, onde recorre a mão-de-obra.
Torna-se
evidente que a RSE é algo que deve ser inerente à criação de qualquer empresa,
seja ela pequena, média ou grande.
Carla Susana Peixoto Teixeira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular
“Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da
EEG/UMinho]
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