A
Campanha eleitoral é um espaço de tempo em que os diversos partidos e respetivos
candidatos se apresentam e divulgam as suas ideias à população, com o objetivo
de recolher votos.
A
aproximação deste período não deixa ninguém indiferente, tendo em conta que
todos os dias somos confrontados com as campanhas eleitorais. Campanhas estas
que chegam às nossas casas das mais diversas formas: através da televisão,
rádio, jornais, panfletos, cartazes, porta a porta, entre outros.
Nas
suas campanhas eleitorais, todos os partidos fazem promessas. Promessas soltas,
promessas de quem ainda não entrou nos “carris do comboio de corda”. Todos
sabemos que se alguma for efetivamente cumprida, será apenas no fim do mandato,
bem antes da população votar, para que estes se esqueçam das promessas que
ficaram nas urnas.
Em
2009, a empresa Lusa teve acesso à proposta de orçamento das três campanhas
eleitorais. Sendo que as mais dispendiosas são as autárquicas, com um orçamento
de aproximadamente 57,8 milhões de euros. Nas
autárquicas realizadas em 2013, o valor investido foi de 38,8 milhões de euros
e, em 2017, segundo o Jornal de
Notícias, os partidos preveem gastar 35 milhões de euros na campanha para
as autárquicas.
Apesar de verificarmos uma redução orçamental
que resulta de um corte de 20% nas subvenções
públicas despendidas nas campanhas, aprovada a 16 de dezembro de 2016, o valor
gasto em 2017 (35 milhões) corresponde a 87,5% do montante gasto com o
Sistema Integrado de Emergências e Segurança de Portugal (SIRESP), que a
ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, declarou ser de
40 milhões.
O
Jornal de Notícias avança também que
o PS, na cidade do Porto, prevê gastar cerca de 360 mil euros. Note-se que este
valor despendido apenas na invicta representa mais do dobro do orçamento do
Professor Marcelo Rebelo de Sousa que, em
2015, concorria a Presidente da República. O Professor afirmou ser escandalosa
a quantia de dinheiro gasta em campanhas eleitorais, sobretudo em períodos de
crise. Este apresentou, em 2015, um orçamento de 157 mil euros e, defendeu que
se pudesse voltar no tempo teria apresentado um orçamento ainda mais baixo.
Relativamente aos jovens, Hugo Carvalho opinou no Público,
questionando se estes irão ter, mais uma vez, uma grande percentagem de
abstenção. Pois, apesar de se investirem grandes quantias em estudos de
mercado, as abstenções têm aumentando ao longo dos anos. Algumas pessoas asseguram
que esta abstenção advém apenas da imaturidade, enquanto outros acreditam numa
revolta silenciosa contra as promessas que acabam como as ondas no mar, mortas
na praia, a praia das urnas.
Como
forma de combater estes dois problemas, temos o exemplo de Fábio Ferreira, que criou
a aplicação “Autárquicas”, em 2013, com o objetivo de poupar milhões de euros. Esta
aplicação tem um investimento a rondar os 1000 euros e a capacidade de aproximar
os candidatos dos eleitores, dando ao utilizador todas as informações sobre os
candidatos. É uma aplicação gratuita e disponível para dispositivos iOS e
Android, que em 29 de junho de 2013 já contava com mais de 2000 downloads. O facto de ser uma aplicação online apela ao sentido juvenil, podendo
ajudar a diminuir não só o orçamento mas também interessar os jovens pela vida
política, nomeadamente, pelas autárquicas.
Deste
modo, podemos concluir que, apesar de existirem esforços exercidos para reduzir
os custos de milhões esbanjados em campanhas eleitorais, estes valores continuam
a ser muito elevados. É necessário desenvolver formas inovadoras que facilitem
esta tarefa e consigam, em simultâneo, chegar de uma forma mais atrativa à
população.
Cláudia Dinis
Referências:
·
http://www.jn.pt/nacional/interior/amp/campanhas-eleitorais-de-2009-custam-705-milhoes-1030590.html
·
http://www.jn.pt/nacional/interior/estado-gasta-anualmente-40-milhoes-de-euros-com-o-siresp-8599078.html
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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