Uma coisa é dizer que o comércio enriquece países como os Estados Unidos. Outra bem diferente é dizer que a globalização é uma coisa boa. Para fazer justiça a todos os argumentos existentes sobre a globalização era necessário escrever um livro inteiro. Neste pequeno artigo apenas há espaço para abordar duas pequenas queixas: uma é que a globalização é má para o planeta e outra é que a globalização é má para os pobres.
Em primeiro lugar há que deixar claro o que significa de forma genérica a globalização. Eu atrevo-me a descrevê-la da seguinte forma: comércio de produtos e serviços; migração de pessoas; intercâmbio de conhecimentos técnicos, investimento directo estrangeiro (IDE) e investimentos além-fronteiras em activos financeiros como acções e obrigações.
Na maioria das vezes quando as pessoas discutem a globalização estão a referir predominantemente duas tendências: mais comércio e mais investimento directo por parte de empresas dos países ricos, como a construção de fábricas nos países pobres. Uma fatia substancial do investimento estrangeiro nos países pobres destina-se a produzir mercadorias que depois são enviadas de volta para os países ricos; enquanto isto continuar a ser verdade o comércio e o investimento estrangeiro estarão intimamente ligados. O investimento estrangeiro é amplamente considerado como sendo bom para o crescimento económico dos países pobres: é uma excelente forma de criarem empregos, aprendendo técnicas de vanguarda fazendo-o sem terem de investir o pouco dinheiro que têm.
Embora o comércio com os países pobres e o investimento nos mesmos tenha aumentado rapidamente nos últimos anos devemos estar cientes de que, quer o comércio, quer o investimento estrangeiro na sua esmagadora maioria ocorre entre os países mais ricos e não entre ricos e pobres.
E os países muito pobres? Infelizmente para eles os países ricos comerciam muito pouco com eles. E á medida de que o comércio se expande em qualquer outra parte do mundo, os países mais pobres estão a ser deixados para trás.
A teoria da vantagem comparativa, o senso comum e a experiência dizem-nos que o comércio é bom para o crescimento económico; o investimento directo estrangeiro está intimamente ligado ao comércio e também ele é bom para o crescimento. Os países mais pobres não têm esses benefícios. É uma simplificação embora seja pertinente. Porém em ambos os casos há questões que continuam em aberto: qual é o efeito do investimento estrangeiro nos países pobres, naqueles que têm de aceitar os denominados "trabalhos escravos", trabalhos mal pagos e em condições terríveis?
Marta Teixeira Pinto
Em primeiro lugar há que deixar claro o que significa de forma genérica a globalização. Eu atrevo-me a descrevê-la da seguinte forma: comércio de produtos e serviços; migração de pessoas; intercâmbio de conhecimentos técnicos, investimento directo estrangeiro (IDE) e investimentos além-fronteiras em activos financeiros como acções e obrigações.
Na maioria das vezes quando as pessoas discutem a globalização estão a referir predominantemente duas tendências: mais comércio e mais investimento directo por parte de empresas dos países ricos, como a construção de fábricas nos países pobres. Uma fatia substancial do investimento estrangeiro nos países pobres destina-se a produzir mercadorias que depois são enviadas de volta para os países ricos; enquanto isto continuar a ser verdade o comércio e o investimento estrangeiro estarão intimamente ligados. O investimento estrangeiro é amplamente considerado como sendo bom para o crescimento económico dos países pobres: é uma excelente forma de criarem empregos, aprendendo técnicas de vanguarda fazendo-o sem terem de investir o pouco dinheiro que têm.
Embora o comércio com os países pobres e o investimento nos mesmos tenha aumentado rapidamente nos últimos anos devemos estar cientes de que, quer o comércio, quer o investimento estrangeiro na sua esmagadora maioria ocorre entre os países mais ricos e não entre ricos e pobres.
E os países muito pobres? Infelizmente para eles os países ricos comerciam muito pouco com eles. E á medida de que o comércio se expande em qualquer outra parte do mundo, os países mais pobres estão a ser deixados para trás.
A teoria da vantagem comparativa, o senso comum e a experiência dizem-nos que o comércio é bom para o crescimento económico; o investimento directo estrangeiro está intimamente ligado ao comércio e também ele é bom para o crescimento. Os países mais pobres não têm esses benefícios. É uma simplificação embora seja pertinente. Porém em ambos os casos há questões que continuam em aberto: qual é o efeito do investimento estrangeiro nos países pobres, naqueles que têm de aceitar os denominados "trabalhos escravos", trabalhos mal pagos e em condições terríveis?
Marta Teixeira Pinto
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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