sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Braga: cidade para visitar, viver e investir?

Denominada nos seus primórdios de Bracara Augusta, esta tem vindo a destacar-se com um crescimento bastante acentuado em várias perspetivas. Isto traduz-se num dinamismo a nível nacional, o que lhe permite ser comparada com inúmeras cidades europeias. Prova desse dinamismo foi a classificação de melhor cidade para se viver em Portugal no ano de 2016, bem como o 1º lugar na categoria Norte com mais de 20 mil habitantes nos “Prémios Municípios do Ano- Portugal 2018”.
Como já enunciado, o sucesso de Braga fez-se sentir também a nível europeu uma vez que foi considerada, entre 83 localidades europeias, como a 12ª com melhor qualidade de vida, segundo a Comissão Europeia, no ano de 2016. Neste Eurobarómetro referente à qualidade de vida são utilizados critérios como: satisfação e visão dos cidadãos no que diz respeito à sua cidade, questões ambientais, situação pessoal do entrevistado e, por fim, as três questões mais importantes que se colocam na sua cidade perante10 questões.
No que respeita a cuidados de saúde, a cidade dos arcebispos ocupou a segunda posição quando comparada aos restantes municípios portugueses. Aliás, o Hospital de Braga, uma parceria público-privada, foi considerado o melhor do país no ano de 2017 perante a excelência clínica, segurança do doente, adequação e conforto das instalações, focalização no utente e satisfação do mesmo. Este hospital, no ano em questão, realizou 452.553 consultas externas e a satisfação demonstrada no inquérito feito pelo hospital aos seus utentes no campo das 5 linhas de atividade foi notório: 84,8% de satisfação.
Já no que concerne a serviços culturais, destacou-se como a quarta cidade europeia que melhor avalia os serviços culturais ao seus dispor e, neste sentido, podemos destacar o papel, por exemplo, do Theatro Circo, que em 2017 gerou uma receita de 1.799.287,00€, ou até mesmo das atuais promoções nos bilhetes de cinema para atrair cada vez mais pessoas ao cinema. Mais recentemente, a construção do Altice Fórum Braga promete trazer inúmeros visitantes a Braga bem como proporcionar atividades culturais aos residentes pelo que será um ponto forte para os próximos anos.
Além disso, atividades como é o caso da Noite Branca possibilitam aos turistas e bracarenses momentos de lazer e cultura. Esta conta com mais de 500 mil pessoas e destaca-se como uma atividade que permite um maior dinamismo à cidade.
Por outro lado, foi considerada a terceira com maior evolução na recetividade a cidadãos estrangeiros e na avaliação que faz dos seus espaços verdes.
         A grande maioria dos bracarenses (97%) vivem felizes na cidade e, por isso, em 2016, a mesma ficou colocada na terceira posição relativa a esse parâmetro, apesar de a partilhar com outras grandes cidades, como é o exemplo de Málaga ou Estocolmo. Tal sucede devido a um ponto bastante importante: baixo preço de habitação quando comparado com outras cidades portuguesas. Apesar de atualmente a pressão imobiliária se fazer sentir em todo o país, este continua a ser um ponto a favor na escolha de um local para viver.
         Ademais, a Universidade do Minho é também motivo de alegria uma vez que a qualidade do ensino se distingue, potenciando a implantação de empresas multinacionais com fortes necessidades de trabalho especializado, como é o caso da Bosch. São mais de 18 mil os estudantes que integram este estabelecimento, originários dos vários pontos do país bem como de outros países e são diversas as multinacionais implantadas.
         Toda a vitalidade inerente deve-se, como já seria expetável, por ser uma das mais jovens em Portugal, com 46% de jovens. Aliás, no ano de 2012, foi considerada Capital Europeia da Juventude e, já no ano de 2016, Capital Ibero-Americana da Juventude. Além disso, no presente ano é Cidade Europeia do Desporto.
Na minha opinião, Braga tem um forte potencial de crescimento em virtude dos jovens e do investimento direto estrangeiro, podendo até evidenciar um papel mais vincado na esfera nacional e, consequentemente, fazer frente a outras cidades europeias, até porque as iniciativas ao longo dos anos não estagnaram, tal como comprovado.
Concluindo, todo o sucesso da cidade resulta, além de não estar perante um declínio populacional, sendo até das que têm mais jovens residentes, do facto de ser um dos maiores criadores de empresas e, para além disso, ser um município que atrai muito os turistas, tendo em conta o rol de monumentos ricos em história, segundo a InvestBraga.
Deste modo, a resposta à inicial questão confirma-se: Braga é realmente uma cidade para visitar, viver e investir. 

Célia Catarina Barbosa Santos

Referências:
- Fórum das Cidades
- InvestBraga
- Jornal de Negócios
- Diário do Minho
- Diário de Notícias

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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