Facilmente se confunde
VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana – e a SIDA – Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida. Assim sendo, a infeção por VIH pode levar ao aparecimento de SIDA,
visto esta ser a condição que pode decorrer da infeção desse vírus.
Deste modo, é possível
contrair VIH sem sofrer da doença, sendo que muitas pessoas com infeção por VIH
vivem durante vários anos sem desenvolver SIDA.
Relativamente à
transmissão de VIH, esta é feita unicamente através de três vias: sanguínea,
relações sexuais não protegidas e, por último, de mãe para filho (durante a
gravidez, através do parto ou amamentação).
No passado dia 27 de
novembro, a Ministra da Saúde, Marta Temido, proposta para assumir o cargo pelo
Primeiro-Ministro e aceite pelo Presidente da República em outubro de 2018,
afirmou que o estudo da infeção por VIH mostrou estar-se a passar de um grupo
populacional para o outro, o que vai obrigar a alteração das respostas atuais
por parte do Governo para combater a transmissão de VIH e SIDA. Esta declaração
foi feita em Vila Nova de Gaia após o relatório apresentado pelo Instituto
Nacional de Saúde, intitulado como “Infeção VIH e SIDA”.
Segundo o relatório de
2017 realizado pelo SNS, os diagnósticos ocorrem maioritariamente (99,6%) em
indivíduos com idade superior a 15 anos, dos quais 46,4% residem na Área
Metropolitana de Lisboa. Em 2017, foram
diagnosticados 1068 novos casos de infeção por VIH em Portugal.
Nesse relatório, 14,8% dos
que contrariam a infeção apresentavam patologia indicadora de SIDA. É ainda
possível afirmar que em 98,1% dos casos a transmissão ocorreu por via sexual,
com 59,9% a referirem contacto heterossexual. No caso de homens que mantêm
relações com homens (HSH), estes representam 51% dos casos diagnosticados. As
infeções associadas ao consumo de drogas injetadas constituíram 1,8% dos novos
diagnósticos em que é conhecida a via de transmissão, nesse ano.
É ainda possível referir
que a maioria dos casos registou-se em homens (72%), sendo a sua idade mediana
de 39 anos.
No diagnóstico que
ocorreu entre 1893 e final de 2017, verifica-se que se encontram registados
cumulativamente 57913 casos de infeção por VIH, dos quais 22102 casos em estado
SIDA. Para além disso, consta também que estão registados 14519 óbitos em casos
de infeção por VIH.
O relatório apresentado
apresentou que os novos casos que surgiram afetam, maioritariamente, o grupo
etário entre os 25 e os 29 anos. Deste modo, afirma que o facto de “o foco da
doença estar a passar de uma determinada população para outra tipologia
populacional leva-nos a adaptar as respostas e a focar a atenção naquilo que
está a ser a evolução e transmissão da doença VIH para outros grupos
populacionais”.
Para além disso, existe
um aumento de 29% dos casos entre homens homossexuais.
No entanto, um facto
bastante curioso, foi de que a infeção e doença, em consumidores de drogas
injetadas, alcançou um mínimo nunca antes conseguido, tendo recuado 45% (VIH) e
90% (SIDA), quando comparado com 2006.
Entre 2006 e 2016, a
tendência tem sido decrescente. Em Portugal, o número de diagnósticos de VIH e
SIDA diminui de 40% e de 60%, respetivamente. Por outro lado, Portugal continua
a apresentar uma das taxas mais elevadas da União Europeia.
O nosso país tem feito
um percurso exemplar na prevenção, deteção, tratamento e cuidados dos doentes
da infeção. Portugal atingiu praticamente todos os objetivos estabelecidos no
programa das Nações Unidas para o VIH/SIDA – ONUSIDA, conhecido como 90/90/90.
Este programa pretende que, até 2020, 90% das pessoas com VIH/SIDA estejam
diagnosticadas, 90% dos diagnosticados estejam em tratamento e que 90% dos que
estão em tratamento atinjam uma carga viral indetetável ao ponto de ser
impossível a transmissão da infeção.
Em modo de conclusão, é
necessário continuar com estes estudos de modo a conseguir perceber o
comportamento de ambas as variáveis em estudo, para contrair tanto a infeção
como a doença visto que afeta bastantes portugueses e os números apresentados
são relativamente preocupantes quando percebemos o impacto que causa em
Portugal e quando comparamos com países com caraterísticas semelhantes às
nossas.
Francisca
Nogueira da Cunha
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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