quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Inteligência Artificial? Venha o desafio

Inteligência artificial tem sido cada vez mais a “língua” mais falada. Com o passar dos anos, o seu crescimento tem sido cada vez mais progressivo. Trata-se, nada mais, do que uma componente da ciência da computação, que foi desenvolvida por vários investigadores dessa área, através de alguns alguns mecanismos em que a sua finalidade é que certos equipamentos tecnológicos tenham uma inteligência similar à dos seres humanos. Está presente no nosso quotidiano através de um smartphone, computador, GPS e, entre outros instrumentos tecnológicos que nos acompanham e que muitas vezes nós nem damos conta, tudo se passa através de um “click”.
Na década de 40, iniciaram-se as primeiras pesquisas, mas após a criação do primeiro computador digital, na década de 60, surgiram várias linhas de estudo de Inteligência Artificial, uma delas, a biológica, onde a sua função seria desenvolver técnicas que pretendiam imitar as redes neurais humanas com mais afinco. Foi a partir daí que o conceito de Inteligência Artificial foi criado.
Entretanto, o crescimento dessa temática tem vindo a trazer algumas ameaças para a humanidade. Estas são o seu uso para fins maliciosos, o seu desenvolvimento de forma descontrolado, e o possível aumento de desemprego.
Iniciemos por relatar o seu uso para fins maliciosos. Temos o exemplo dos ataques cibernéticos, em que o seu desenvolvimento melhorará a eficácia dos problemas de “phishing” e de maneira mais sofisticada. O aumento da dependência cada vez maior de dispositivos automatizados, tais como em casas e automóveis, levarão a que a IA possa ser usada de modo a ter acesso a esse tipo de bens, causando danos catastróficos. Quanto ao seu desenvolvimento de forma descontrolada, deveremos ter em atenção que os investigadores e criadores de algoritmos que nos põem em mãos esses tipos de softwares ou dispositivos estão sempre em busca da perfeição, e um dos receios da humanidade é que os “robots” sejam desenvolvidos de tal forma que estes se sintam independentes e se virem contra os humanos.
Há vários estudos, quanto ao possível aumento de desemprego, com o aparecimento da inteligência artificial, mas não há dados suficientes que comprovem que o desemprego irá aumentar nem que irá diminuir, mas não deixa de ser uma ameaça para a população, que não tem conhecimento suficiente até provas em contrário.
O seu desenvolvimento não nos transmite apenas aspectos negativos, antes pelo contrário. Segundo um inquérito feito pela CIONET, em Portugal, prevê-se que 34,6% das empresas portuguesas irão utilizar uma solução de IA e 39% dos inquiridos já utilizam este tipo de ferramenta de IA. 94% das empresas inquiridas relatam que irão usar machine learning, que é um métodos de análise de dados que, de forma autónoma, cria modelos analíticos. De forma mais recorrente, prevê-se também um impacto positivo na empregabilidade portuguesa de 15,1%.
Outro aspecto positivo, é a criação do sistema autónomo, denominado “autopilot”, em que a sua função é a deteção e previsão de acidentes, para que este seja evitado. A Tesla é a criadora desse dispositivo, que conta com um radar que permite visualizar objetos que não estejam no nosso campo de visão (atenção que isto não quer dizer que o papel de conduzir não esteja presente, apenas é um auxílio que melhora de certa forma a segurança rodoviária). Assim como na área da medicina iremos ter a utilização de técnicas de IA, como a machine learning, principalmente, cujo objetivo será a capacidade do computador reter e ler milhares de exames passados, para complementar a informação do resultado no exame seguinte ser com base na informação passada, de maneira a aumentar a eficiência na detecção de alguma anomalia.
Contudo, na pior das hipóteses, deveremos aceitar esta presente ameaça não como obstáculo mas sim como oportunidade, de maneira superar-nos e usá-la principalmente como mais uma ferramenta para nos ajudar a ultrapassar a nossa capacidade cognitiva, tendo sempre em primeiro lugar a ética e a responsabilidade social no seu crescimento.
                                         
Hugo Filipe Lima Vaz do Rosário

Referências:
Jornal Económico
Diário de Notícias

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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