O
Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores macroeconómicos utilizados num
país como uma forma de o comparar com outras economias através da avaliação da mesma,
ou seja, é simplesmente a riqueza que um país pode criar, representando então a
soma de todos os bens e serviços finais produzidos no mesmo. Este pode ser
calculado de três formas: a ótica da despesa, a ótica da oferta, e a ótica do
rendimento. Neste trabalho, focar-me-ei na ótica da despesa. Na ótica da
despesa, o PIB é calculado através da soma do consumo total, do investimento, e
das exportações líquidas.
Primeiramente
e de uma forma geral, segundo dados do Pordata e do Banco de Portugal, o PIB
português tem vindo a aumentar desde 2008. Minuciosamente, este diminuiu de
2008 para 2009, tendo de seguida um aumento maior que o decréscimo anteriormente
registado, e de seguida, de 2010 para 2012 a economia revelou uma diminuição do
seu desempenho (em valores monetários) de 179.929,8 mil euros para 168.398,0 mil
euros. A partir desse ano tem revelado o seu lado positivo, com o seu
crescimento até 2017 (194.613,0 mil euros).
Subdividindo
agora o PIB, veremos a evolução dos seus agregados falados anteriormente a
partir de 2012, ano que teve valor mínimo, até 2017. Começando então pelo
consumo, podemos dizer que este se subdivide em consumo privado e consumo
público. O consumo privado ostentou, em 2012, valores de 111.610,0 mil euros (resultando
em aproximadamente 66,3% do PIB), já o consumo público apresentou valores muito
a baixo, 31.176,8 mil euros, que se traduzem em 18.5% do PIB português. Podemos
assim afirmar que 84,8% do PIB foi fruto do consumo total, mas em especial do
consumo privado que, neste caso e segundo os dados, foi o agregado que mais
contribui no ano em questão para PIB português.
Dos
restantes agregados e articulando-os do que mais contribui de forma positiva
para o PIB, temos o a formação bruta de capital fixo (também conhecida como
investimento, ou FBCF) que integrou 15,6% do PIB, tendo sido o setor privado
quem mais apostou nesta vertente, e, em relação ao setor em que houve mais
investimento, este foi o da construção e obras públicas, com 13.267,2 mil euros. Por último, o agregado
que menos contribuiu para a positividade do PIB português foram as exportações líquidas.
São chamadas de exportações líquidas as exportações às quais são deduzidas as
importações. Neste caso, no ano de 2012, os valores não foram os melhores tal
como se tem registado desde 1960. As exportações líquidas têm vindo a exibir
valores negativos e 2012 não foi exceção, com exportações nos 63.503,8 mil
euros e as importações a rondarem os 64.359,0 mil de euros. Este agregado
registou então no ano em questão 855,2 mil euros negativos, o que representa
cerca de 0,5% do PIB.
Voltando-nos
mais para a atualidade, isto é, para o ano de 2017, e visto que os dados
presentes no PORDATA são provisórios, incluirei por vezes o ano de 2016 para
uma comparação mais assertiva da evolução do PIB visto que os agregados assumem
proporções semelhantes. Tal como em 2012, no ano de 2016, o consumo foi o
agregado com maior representação no PIB. O seu efeito positivo não foi tão
positivo como o ano visto anteriormente, explicando assim 83,4% do PIB em 2016
e, segundo previsões, o valor diminuiria mais um ano para 82,6%. Isto pode ser também
explicado, entre outros fatores, pela ligeira diminuição da população que se
tem registado em Portugal, e dos impostos e rendimento das famílias, que pode
levar consequentemente à diminuição do consumo, o que tem muito impacto visto
que o grosso do consumo total vem do consumo privado.
A
FBCF, em contrapartida, teve um ténue aumento, exibindo 15,5% do PIB em 2016.
Por fim, o agregado que se manteve décadas negativo, passou no ano de 2013 a
expor valores positivos, tendo registado então as exportações líquidas 2.078,0
mil de euros, o que em percentagem do PIB se converte para 1,1%. Em 2017, as
previsões realçaram uma tendência positiva para este último dos agregado.
Como
conclusão, gostava de referir o contentamento que é ver o PIB a crescer de ano
para ano, reforçando o bom caminho que está a ter. Porém, no presente ano,
informações do INE voltam a trazer ao de cima valores negativos nas exportações
líquidas devido, principalmente, ao preço dos combustíveis e lubrificantes.
Portugal é um país cheio de recursos e com ótimas empresas e indústrias (ex.: indústria
corticeira e indústria do vinho) que, com apoio, conseguiram levar o nosso PIB
a outro patamar através das suas exportações. Fortaleço mais uma vez que
Portugal está bem encaminhado, e que realmente tem os recursos necessários ao
seu aprimoramento.
Ana Araújo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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