A
população empregada em Portugal ultrapassou recentemente a marca dos 4,9
milhões de pessoas. Este valor demonstra que desde que o mercado de trabalho
português atingiu o seu valor mais baixo, no primeiro trimestre de 2013, como
consequência da crise económica mundial, o país já recuperou cerca de 550 mil
empregos. Estes valores surpreenderam até as melhores previsões realizadas por
instituições da área, quer nacionais quer internacionais, tendo a subida do emprego
batido, sistematicamente, todas as previsões. Apesar de um abrandamento nesta
maré de recuperação, é previsto que num futuro próximo se atinga a marca de 5
milhões de empregos, uma barreira que não se verifica em Portugal desde o
início do ano de 2009.
Esta
conjuntura é apoiada pelos dados divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), que indicam que a população empregada voltou a aumentar no
terceiro trimestre deste ano, ultrapassando, como já referi, as 4,9 milhões de
pessoas. Em comparação com o trimestre anterior, registou-se aumento de 28,7
mil pessoas, e face ao período homólogo atingiu um aumento de quase 100 mil
pessoas.
Estes números são justificados com o grande número de
desencorajados que arranjaram emprego. Desencorajados eram desempregados que
tinham desistido de procurar emprego e que, como consequência, eram encarados
como população inativa. Esta tendência junta-se à crescente atratividade do
nosso país para os imigrantes. Durante um período de seis anos, entre 2011 e
2016, o nosso país registou um saldo migratório negativo fruto de um número
reduzido de estrangeiros a entrarem em Portugal e de um grande número de portugueses
a sair para o estrangeiro à procura de melhores condições de trabalho e de
vida. Contudo, no ano de 2017 já se registou um saldo migratório positivo,
saldo esse que deverá ver um reforço em 2018. Fruto deste aumento no ano de
2018, vai se verificar um aumento da população ativa, uma vez que os imigrantes,
normalmente, se caraterizam por serem de uma faixa etária mais jovem, e do
emprego.
Certo é que, como
resultado da situação que o país atravessa na recuperação de empregos, o
desemprego em Portugal está perto de atingir o seu nível natural. O nível de
desemprego natural é o nível de desemprego verificado quando a economia está a
funcionar de acordo com o seu potencial. Uma das consequências de atingir este
nível é o aumento do nível salarial que, de acordo com dados do INE, está a
crescer ao maior ritmo desde 2011.
Na
minha opinião, estes são dados bastante encorajadores quer para a nossa economia,
uma vez que perspetivam um futuro mais risonho para o nosso país, quer para os
portugueses, que veem assim um maior número de famílias empregadas e, por causa
disso, a qualidade de vida no nosso país será maior. É também fundamental que
se mantenha a estabilidade política e económica a nível europeu e mundial para
que esta recuperação portuguesa possa ser consolidada e para que não sofra
nenhum revés semelhante ao de 2008.
Acho
também que o nosso país deve ser cada vez mais aberto a imigrantes uma vez que,
para além dos benefícios económicos mencionados no texto ao nível do emprego,
estes rejuvenescem a nossa população numa altura em que a mesma se encontra
bastante envelhecida.
João
Pedro Faria Ferreira de Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário