Atualmente,
encontramo-nos numa era tecnológica, aliamos a tecnologia a todos os aspetos da
nossa vida. Se olharmos à nossa volta, esta está em todo o lado. As vantagens
que trás são irrefutáveis, mas será que nos devemos entregar totalmente a esta
nova realidade?
Vivemos
cada vez mais numa era digital, com constantes avanços e crescentes inovações
na área da tecnologia. O principal objetivo é, de facto, melhorar e facilitar a
vida das pessoas, melhorando o mundo, daí que estas tecnologias digitais
comecem a ser atrativas para as empresas. De facto, estas já começam a
incorporar esta vertente no seu funcionamento, ao ponto de empresas que não
acompanhem esta evolução podem começar a ficar para trás.
Assim,
como devem as empresas reagir à transformação digital? Muitos defendem que
devem abraçar esta mudança, tal como abraçaram inovações revolucionárias antes
(revoluções industriais que se antecederam; considera-se que vamos agora na
quarta), como maneira de melhorar o desempenho dos trabalhadores, a formação
dos mesmos e até a sua relação com o público.
Uma
das tecnologias que está a mudar o mundo é precisamente a inteligência
artificial, que tem vindo a ganhar grande popularidade, e que poderá ser usada
para substituir processos rotineiros nas empresas, bem como ser aplicada no processo
de recrutamento e seleção. A diretora geral da Microsoft Portugal afirma mesmo
que todo o tipo de empresas tem, atualmente, oportunidade de implementar
tecnologias digitais nos seus negócios, fazendo especial referência à
inteligência artificial como forma de aumentar a capacidade do homem e otimizar
operações, referindo que aquelas que não o estão a fazer “estão fora do jogo”.
Várias empresas de diferentes áreas já utilizam tecnologias digitais com
sucesso e para os mais variados objetivos, como é o caso da EDP, que usa estas
tecnologias com o propósito de melhorar a sua relação com os clientes, os CTT, para
prever as rotas ideais para os carteiros, e o Crédito Agrícola, para prevenir
fraudes.
Apesar
do crescente uso de tecnologias, nunca devemos esquecer que, tal como tudo,
esta pode ter um lado bom mas também um lado mau. Por um lado, a tecnologia vem
melhorar a comunicação e gestão da empresa, tornando esta mais eficiente e, com
a maximização da utilidade, a empresa pode, porventura, reduzir custos.
Por
outro lado, há quem defenda que a substituição de trabalho humano por sistemas
automáticos pode causar desemprego em massa e consequente frustração da
população. Outras preocupações surgem associadas ao uso da inteligência
artificial, que apresenta uma rápida expansão, levando-nos a questionar quando
irá esta superar o ser humano e quais serão as consequências disso. Um estudo
feito por investigadores da Universidade de Yale e de Oxford revelou que, em
2024, o desempenho humano poderá ser ultrapassado pelas máquinas a transcrever
discursos, porém, as máquinas só conseguirão a automatização total do trabalho,
ou seja, executar tarefas automaticamente sem qualquer intervenção humana,
desde a simples tarefa de ligar um forno até a algo mais complexo como gerir um
estabelecimento de crédito, em 2138, o que já não estaremos cá para ver
acontecer.
Assim,
na minha opinião, não devemos ser avessos à mudança e as empresas devem adotar
medidas digitais que favoreçam e melhorem o seu desempenho, sempre com alguns
cuidados. No que toca a inteligência artificial, esta pode ser o início de uma
nova era, contudo, é necessário cuidado com aquilo que criamos para não ficarmos
perante algo maior que nós, que mais tarde possamos não conseguir controlar, pois,
caso os objetivos destas máquinas não sejam os mesmos que os nossos, o feitiço
pode virar-se contra o feiticeiro.
Em
suma, a mudança é inevitável. O que difere é a maneira como reagimos a ela. O
que hoje é novidade, amanhã é comum. Cabe-nos a nós adaptarmo-nos a esta
evolução, com as precauções necessárias, mas sempre com entusiasmo e braços
abertos para o que virá.
Joana Isabel de Almeida Gonçalo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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