Portugal
consegue ser bastante atrativo no que diz respeito ao investimento estrangeiro.
A sua atratividade é muitas vezes justificada pela sua localização estratégica,
pela proficiência linguística, pela educação de alto nível, pelas
infraestruturas de excelência, pela elevada segurança interna, pela abertura
cultural da população e, ainda, pelo baixo custo da mão-de-obra.
Há muito tempo que o investimento
alemão desempenha um papel muito importante no investimento estrangeiro em
Portugal. A prova disso é o facto de as empresas alemãs serem, hoje em dia, o
segundo maior empregador no país, sendo apenas ultrapassadas pelo Estado
português. Em acréscimo, podemos salientar que algumas destas cerca de 400 empresas
estão presentes no território português há muitas décadas como, por exemplo, a Siemens
e a Bosch.
As empresas alemãs centram-se no mercado
português no setor dos automóveis, da distribuição, da tecnologia e dos
serviços, sendo também estas áreas as que concentram mais trabalhadores. Assim,
as cinco empresas germânicas que mais geram emprego no país, por ordem de
quantidade de empregos criados são: Autoeuropa; Lidl; Bosch; Siemens e
Continental Mabor. Juntas criam cerca de 20 mil postos de trabalho.
Nos
últimos anos, o investimento alemão tem sido alterado, com uma aposta crescente
nas tecnologias e no conhecimento. O investimento
germânico é conhecido em Portugal principalmente pela indústria automóvel. No
entanto, ultimamente, também vemos muitas empresas a investir nos serviços, na
produção de software e no desenvolvimento
de serviços de engenharia.
É
a Alemanha o país que investe mais a nível industrial em Portugal, sendo também
um dos países para onde mais se exporta. Segundo dados do INE (Instituto
Nacional de Estatística), em 2017, o valor das exportações nacionais para a
Alemanha foi superior a 9 mil milhões de euros.
Contudo, os alemães que gerem negócios em Portugal evidenciam
alguns pontos menos positivos na economia portuguesa, entre os quais o peso
fiscal, a burocracia, a demora na justiça e o pouco apoio ao
empreendedorismo e à iniciativa económica.
Na minha opinião, uma das principais barreiras
ao investimento alemão em Portugal é a distância entre o país e as terras
germânicas, devido aos elevados custos de transporte, principalmente para
produtos volumosos ou pesados. Deste modo, apesar de para as empresas que
produzem produtos volumosos ou pesados o custo de transporte tender a ser mais
elevado, com a nova aposta alemã nos serviços essa barreira pode diminuir,
sendo que estes não têm custos de transporte, uma vez que são feitos via
internet ou por meios eletrónicos.
Outra
forma de avaliar a importância do investimento alemão em Portugal é, a meu ver,
o facto de mesmo durante os tempos mais difíceis da economia portuguesa, este, para
além de ter permanecido, também aumentou. Esta estabilidade do investimento
germânico deve-se em parte ao investimento industrial, onde a produção sai do
país e vai para a Alemanha e para outros países. Assim, esta não depende tanto
da conjuntura portuguesa, mas sim da conjuntura alemã e dos outros países para
onde são vendidos os produtos.
É
possível concluir que o investimento alemão em Portugal é realmente importante
e imprescindível, devendo ser incentivado pela economia portuguesa, pois não só
é o segundo maior empregador português, como também não é afetado nos períodos
de crise portuguesa. Assim sendo, proporciona a Portugal uma maior segurança
económica. É de salientar também a expansão do investimento germânico a outros
setores, o que pode facilitar esta aliança, uma vez que são investimentos
propensos a diminuir barreiras.
Tânia Gabriela Carvalho da Costa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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