“Europa
2020” é a estratégia da União Europeia para melhorar a sua competitividade e
produtividade, assegurando uma economia social de mercado sustentável,
permitindo um crescimento sustentável.
Esta
estratégia desenvolve-se com base em metas em diferentes áreas, como, por
exemplo: da empregabilidade (garantir uma taxa de emprego de 75% na faixa
etária entre os 20 e os 64 anos); da investigação e desenvolvimento (investir
3% do PIB nestes setores); da educação (reduzir
abandono escolar para menos de 10% e aumentar para pelo menos, 40% a
percentagem de pessoas entre os 30 e os 34 anos que concluíram estudos
superiores); da pobreza e exclusão social (diminuir em, pelo menos, 20 milhões
o número de pessoas em situação de risco de pobreza e exclusão social); e, por
fim, das alterações climáticas e energia (reduzir em 20% as emissões de gases
com efeito de estufa em relação aos níveis de 1990; aumentar
para 20% a parte da energia proveniente de fontes renováveis; aumentar em
20% a eficiência energética).
Antes
desta nova estratégia, outras já tinham sido implementadas, como é exemplo o
Sexto Programa de Ação da União em matéria de Ambiente (PAA), que deixou muitas
metas por cumprir. Então, o que nos leva a acreditar que a Estratégia da Europa
2020 resultará?!
Apesar
de as metas serem globais para a União Europeia, como um todo, estas são,
posteriormente, adaptadas a cada país, dependendo do seu grau de
desenvolvimento.
Por
exemplo, Portugal deverá atingir 2,7% de despesas em investigação e
desenvolvimento ou aumentar as emissões de gases com efeito de estufa em 1%
face ao ano de 2005. Podemos ver que, Portugal não está a adotar a segunda
opção.
O
Potencial do efeito de estufa diz-nos quanto dióxido de carbono e outros gases
causadores do aquecimento global são emitidos na agricultura, indústria,
comércio ou noutros serviços, em toneladas equivalentes de dióxido de carbono. Poderíamos
ser levados a pensar que a sua diminuição prejudicaria o desenvolvimento
económico das indústrias, o que não é correto. Tal contradição deve-se aos
novos mecanismos mais eficientes que a tecnologia nos tem proporcionado para a redução
da poluição, assim como aos acordos feitos entre países. Apesar da sua diminuição
no total, a realidade é que em alguns setores, como na agricultura, a educação
ou nas atividades imobiliárias, o valor aumentou, embora tenha sido uma subida
muito ligeira.
O
campo referente ao das energias, principalmente das energias renováveis, é um
dos de maior destaque para o nosso país. O objetivo da União Europeia seria aumentar
para 20% a parte da energia proveniente de fontes renováveis, no entanto, em
2016, a Europa ficou-se pelos 17% de consumo de energia de fontes renováveis.
No nosso país, é notório o enorme esforço feito para que a meta seja alcançada
com a implementação de inúmeras medidas, como a obrigatoriedade de ter painéis
solares nas casas construídas, o aumento da produção de energia eólica nos
últimos anos, e os estudos feitos para um maior aproveitamento das ondas
marítimas na produção de energia. Tudo isto mostra a forte consciencialização
face aos problemas que o nosso planeta enfrenta.
No
entanto, é quase impossível acreditar que algum dia a Europa tenha energia tão
barata como os EUA têm, assim como um crescimento do consumo pela via do
aumento da população.
Outra
área com um grande relevo é a educação, uma vez que uma população mais formada permite
o aumento da produtividade e o desenvolvimento do país.
Por
exemplo, no que diz respeito ao sistema de ensino, em Portugal, a taxa de
população com o ensino superior atingiu apenas 34,6% e a taxa de abandono
escolar precoce ficou perto do 12,6% (longe do objetivo da União Europeia, mas
o valor mais baixo desde 1992). Nestes dois campos, a União Europeia ficou mais
perto de atingir o resultado pretendido, com cerca de 39,1% da população com
ensino superior e apenas 10,6% de abandono precoce do ensino.
É
certo que o facto de a escolaridade obrigatória ter aumentado levou a que os
jovens tivessem que frequentar a escola por mais tempo, quer quisessem quer
não. Esta é, a meu ver, a razão fulcral para a diminuição do abandono escolar
de 23% em 2011, ano em que esta medida ainda não tinha sido tomada, para 20,5%
em 2012, ano em que a medida foi implementada. No entanto, esta medida não foi
suficiente para que Portugal conseguisse atingir os objetivos da União
Europeia, estando, todavia, cada vez mais perto. Tiago Brandão afirmou durante
uma audição que houve “algumas medidas genéricas que permitiram esta descida,
como o aumento de escolaridade obrigatória, e defendeu que "agora são
precisas medidas muito mais individualizadas"
“A
Estratégia Europa 2020 da UE tenta ultrapassar as desvantagens recorrendo aos
vetores onde poderá ter vantagens comparativas. Em linguagem popular, quem não
tem cão caça com gato!” (Henrique Jacinto, Diretor- Geral da OVO Solutions).
Cláudia Sofia Amorim Rodrigues
Referências:
http://www.ambienteonline.pt/canal/detalhe/estrategia-europa-2020
Jornal PÚBLICO
Jornal NEGOCIOS
Dados retirados de PORDATA
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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