Atualmente,
encontramo-nos no tempo das startups,
isto é, da proliferação quase diária de novas empresas que atuam em diferentes
ramos de atividade: tanto pode ser na prestação de serviços como a
comercialização de um bem. Caraterizam-se por serem ideias de negócios
inovadoras e que, com baixos custos de manutenção, podem gerar lucros muito
rapidamente, sendo que é um modelo de negócio repetível pois pode ser produzido
a uma escala ilimitada sem grandes aumentos dos custos. Depois de um
crescimento sustentável e rentável, outros investimentos surgirão e nesse ponto
deixa de ser uma startup e passa a
ser uma empresa lucrativa. Dentro desta mesma ideia podemos incluir as fintech, que são empresas que oferecem
serviços financeiros, diferenciando-se pela facilidade proporcionada pela
tecnologia através da internet.
A
banca, modelo tradicional de prestação de serviços financeiros, utiliza tecnologias
sofisticadas para que as transações financeiras se procedam com segurança e a
sua acessibilidade seja eficaz. O mesmo acontece com o gestão de contas correntes, empréstimos, serviços de cartão
de crédito, investimentos, entre outros. De facto, os dois modelos são muito
semelhantes, no entanto as fintech demarcam-se
pela conveniência que vieram proporcionar aos utilizadores. Estas empresas
recorrem a recursos tecnológicos para criar metodologias, processos e
ferramentas que facilitam o acesso aos serviços financeiros. Toda esta
revolução veio amplificar as opções de escolha das pessoas pelo meio de
praticidade, burocracia reduzida, custos baixos e controlo das operações. Na
prática, as fintech tomam partido das
vantagens das tecnologias avançadas para oferecer o que os bancos tradicionais
não oferecem ou simplesmente oferecem de uma forma conservadora.
As fintech
constituem uma ameaça real ao sistema bancário tal como o conhecemos ou será
apenas passageiro? Sim, é de facto uma concorrência forte e revolucionária. Em
Portugal, temos o exemplo de várias fintech
que já chamaram a atenção de vários curiosos e que já fizeram movimentar
milhões de euros através destas aplicações, nomeadamente, a Revolut ou a N26.
Quanto à primeira, a Revolut, é uma empresa inglesa que se instalou no mercado português
e tem obtido resultados muito surpreendentes. A empresa inglesa cresceu 150% desde
a sua entrada no mercado nacional, segundo dados revelados pela empesa ao
Público. A empresa conta com 312 mil utilizadores face aos 98 mil no final do
ano de 2018. Comparando com os números de Espanha, a Revolut teve um crescimento bem mais surpreendente. Atualmente, tem
mais de 8 milhões de utilizadores na zona Euro, tem um volume de transações de mais
de 350 milhões por ano, perfazendo um valor de mais de 46 biliões de euros. São
de facto números que têm uma grande expressão e que podem significar um ponto
de viragem na forma como o mercado financeiro opera.
Encontramo-nos na era das tecnologias em que temos
o poder das nossas decisões na “ponta dos dedos”, ou seja, temos tudo ao
alcance dos smartphones e das
aplicações que facilitam a nossa vida. Estas têm o poder de mudar todas as
conceções que temos do que é normal. Num mundo onde tudo acontece ao minuto, as
instituições tradicionais têm de se reinventar e inovar de forma a existir uma
concorrência saudável e natural no mercado e onde haja espaço e opções diferentes
para todos.
Ana
Catarina Silva Freitas
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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