Web Summit, um dos
eventos mais importantes e mais procurados neste momento, vai mais uma vez
marcar presença em Portugal e vai manter-se na capital até 2028, após uma
candidatura de sucesso que foi aceite em novembro do ano passado. Trata-se de
uma cimeira cujo principal tema é a tecnologia. O evento já ocorre em Portugal
desde 2016 e este ano decorre no início do mês de novembro; prevê a presença de
cerca de 70 mil participantes e os bilhetes já estão esgotados - bilhetes estes
que podem chegar ao valor de cerca de 25 mil euros.
Em 2018 foram oferecidos 12000 bilhetes a um
preço simbólico de 5 euros para estudantes universitários. A meu ver, e pela
experiência positiva que retirei do evento devido a esta oportunidade, trata-se
de uma excelente iniciativa que permite a jovens, desde muito cedo, poderem
estar presentes em conferências deste nível e que tanto nos podem acrescentar,
se o permitirmos.
Segundo um estudo realizado pelo economista e
professor da Universidade do Minho, João Cerejeira, realizado para o Gabinete
de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, de forma a analisar os
impactos a nível económico do evento, este “originou um acréscimo direto na procura de 62,3 a 74,2 milhões de euros
em 2017. Para 2028, projeta-se um impacto direto entre 100 e 159 milhões de
euros, consoante o cenário considerado”. O facto de se prever um
crescimento destes valores só demonstra a relevância a todos os níveis que o
evento traz para a cidade e para o país.
Segundo o estudo, há claramente uma maior
participação por parte de estrageiros no evento, o que transfere para o país
impactos muito positivos. Claro que há sempre diferentes pontos de vista em
relação a estes assuntos, mas, na minha opinião, são mais os aspetos positivos
que os negativos. Para além do impacto que a presença das empresas estrangeiras
possa vir a ter, no longo prazo, há a questão da maior visibilidade da cidade
que o evento dá a todos os participantes. Obviamente que este, tal como todos
os grandes eventos que mexem com Lisboa, vai trazer impactos positivos para a
economia: o aumento das estadias no alojamento local: o aumento do consumo nos
restaurantes; o uso dos transportes que a cidade dispõe; e mesmo o aumento de
visitas a pontos turísticos que os participantes acabam por fazer de forma a aproveitar
ainda mais a sua estadia. Todos eles são todos pontos relevantes.
Focando-me na questão do alojamento local,
este poderá economizar mais de 10 milhões de euros e as previsões apontam para
um aumento de 11% em relação a 2018. Tendo em conta que o evento se irá
realizar pelo menos até 2028, estes números só têm tendência a aumentar e vão
permitir aos estabelecimentos conseguir lidar com picos mas sem criar
desequilíbrios de mercado, e tal irá também permitir a chegada dos hóspedes a
alojamentos menos procurados durante as restantes alturas do ano.
Para concluir, acredito que este é um evento
que traz muitas vantagens para a visibilidade da cidade e do país e que permite
não só aos de cá terem um maior conhecimento do que está lá fora - de forma a
haver uma constante evolução daquilo que criamos no nosso país - como passa
também a mensagem de que Portugal tem todas as possibilidades para ter novas
empresas de tecnologia que, por sua vez, trarão mais empregos cujos salários
são de valores mais elevados. Importa, também, para não esquecer que a economia
- sendo como um motor que quanto mais se alimenta, mais trabalha - ganha com
apostas como estas, que trazem “combustível” humano e técnico ao nosso país e
ajudam moldar o futuro, desde o pequeno comerciante até às startups de ponta.
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