O
caminho foi longo mas o pior já terá passado. A crise deixou cicatrizes, mas os
indicadores económicos dizem que Portugal recuperou. No entanto, a opinião dos
Portugueses ainda é muito pessimista face à situação atual.
Impulsionado pela exportações, turismo e
investimento imobiliário, o país tem vindo a crescer, desde 2014, atingindo o pico
em 2017, com 3,51% do PIB. O desemprego caiu de 16,2%, em 2013, para 7%, o ano
passado. Em quase oito anos, foi anulado cerca de 8% de défice orçamental, mas
a dívida pública continua a ser uma das mais elevadas da União Europeia, apenas
superada pela Grécia, Espanha e Itália. Mesmo assim, as contas parecem estar
controladas, embora o “cinto” continue apertado uma vez que a carga fiscal é
das mais elevadas de sempre e o investimento público é reduzido.
Segundo
o Banco de Portugal, no Boletim Económico de outubro de 2019, a economia portuguesa
continuará a crescer até 2021, embora a um ritmo inferior ao registado nos
últimos anos. Estas projeções são superiores às publicadas pelo Banco Central
Europeu para a Zona Euro. Isto poderá ser traduzido em pequenos progressos num
processo de convergência real da economia Portuguesa face a área do Euro. Após
um crescimento de 2,4% em 2018, o Produto Interno Bruto, em 2019, deverá
aumentar 2%, consoante o Banco Portugal. Este abrandamento pode ter como causa
o menor contributo das exportações, dado o crescimento mais fraco do comércio
mundial e da procura externa dirigida ao país lusitano e uma ligeira diminuição
da procura interna, refletindo a diminuição das despesas de consumo final e do
investimento. Assim sendo, tal como aconteceu no ano anterior, prevê-se que a procura
interna contribua mais para o crescimento do PIB do que as exportações.
Por
outro lado, a Comissão Europeia não deixa de acautelar para um abrandamento
económico e antecede um crescimento moderado nos próximos anos. Numa Zona Euro
a crescer menos do que o esperado, e com o corte das previsões para países como
Alemanha, a Comissão Europeia reviu em baixa a expectativa de crescimento da
economia da zona Euro, no entanto Bruxelas espera uma maior resistência de
Portugal, projetando, em concordância com o Banco de Portugal, um crescimento
económico para este ano, de 2%, ligeiramente acima do que espera o Governo, que
tinha previsto um crescimento de 1,9%. Na mesma ocasião, admitiu, que nos
últimos anos, as previsões foram um pouco pessimistas para Portugal, bem como
para o país vizinho, Espanha. Ainda assim, como já referido, espera-se uma
desaceleração do crescimento económico. Em 2020 e 2021, projeta-se um
crescimento de 1,7%.
A
verdade é que no segundo trimestre 2019 a economia Portuguesa apresentou um
crescimento de 0,5% em cadeia, significa isto, comparativamente ao primeiro
trimestre do ano, e 1,8% na comparação homóloga, ou seja, com o mesmo período
do ano anterior, aumentando uma décima em ambos os casos relativamente ao
desempenho registado no final do ano passado. Atualmente, Portugal encontra-se exatamente
a meio da tabela, segundo o Eurostat. Sendo que existem dez economias a crescer
mais que nós e quatro ao mesmo ritmo. Existem, também, economias a crescer
menos, como Alemanha, Reino Unido e Suécia. Apesar de Portugal ainda se
encontrar numa posição favorável, uma vez que cresce acima do ritmo averiguado
na Zona Euro e na União Europeia, é preciso ter em mente que as maiores
economias se encontram no final da tabela devido a taxas negativas de
crescimento, resultantes na diminuição do crescimento do conjunto dos países
que integram tanto a Zona Europeia como a União Europeia. Portanto, é crucial,
não nos deixarmos enganar por esta posição acima da média, que é na sua grande
maioria resultante de crises nas grandes economias europeias.
Concluo,
então, que a Economia Portuguesa conseguiu uma posição melhor que a média, mas
ainda assim aquém da Europa Central e dos países nórdicos. Todavia, no meu
ponto de vista, os progressos que têm vindo a ser alcançados constituem pilares
sólidos para o crescimento económico num futuro próximo.
Margarida Rosa Pimenta
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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