No
último ano, a Felicidade dos colaboradores tem sido um tópico de crescente
exploração e investimento das empresas portuguesas, havendo inclusive um curso
dedicado ao mesmo tema na Universidade Atlântica. Neste artigo iremos explorar
o tema analisando em primeiro lugar alguns dados.
A
Staples indica que, em Portugal, 92%
dos empregados de escritório sentem-se frustrados no seu emprego e estão “à
beira da rotura”. 1 em cada 5 destes trabalhadores procuram através de anúncios
no Linkedin melhores condições de
trabalho. Este estudo indica ainda que 84% dos trabalhadores de escritório
consideram mudar de emprego e que 23% desses trabalhadores sente-se frustrado
no novo escritório ao fim de 6 meses. Dados ainda mias graves da Net Impact sugerem que 58% dos
trabalhadores aceitavam uma redução salarial de 15% para trabalhar numa empresa
que estivesse alinhada com os seus valores e 45% aceitariam o mesmo corte
salarial por um trabalho que lhes permitisse criar impacto social e/ou
ambiental. Isto significa que, em média, os trabalhadores têm cerca de 11,7
empregos ao longo da sua carreira profissional.
Estes
dados são alarmantes para as empresas! Não é viável para as empresas haver
tanta rotação de funcionários, uma vez que implica custos de recrutamento,
integração e formação. Perante estes dados e estas dificuldades, levanta-se a
pergunta: será que a felicidade dos colaboradores não é uma estratégia de
negócio rentável para as empresas?
O
grande objetivo das empresas é o lucro. E para a obtenção do mesmo é necessário
que os seus colaboradores trabalharem na produção, venda e disponibilização dos
seus produtos/serviços e garantam a satisfação e retenção dos seus clientes.
Mas até que ponto é que a experiência dos trabalhadores e a experiência dos
clientes não estará interligada?
O
caminho percorrido pelo setor empresarial para o melhoramento e facilitação da
experiência do consumidor nas últimas décadas tem sido enorme e obteve
resultados muito positivos. As empresas que investem na Felicidade Corporativa
apostam na experiência dos colaboradores como o próximo passo de melhoria na
experiência dos clientes. Afinal os colaboradores são a cara da empresa e o seu
maior representante. Um colaborador feliz, realizado, satisfeito e motivado
terá mais probabilidade de conseguir satisfazer um cliente que um trabalhador
frustrado, infeliz e desmotivado. Assim, colaboradores felizes trazem clientes
felizes que trazem mais lucro para a empresa. O que significa que colaboradores
felizes implicam mais lucro e produtividade.
Mas
como podemos criar Felicidade no trabalho? Quem deverá estar responsável por
essa tarefa? A felicidade dos colaboradores está intimamente ligada com a
cultura corporativa da empresa. Em Portugal, a Happiness Works indica-nos que a felicidade dos trabalhadores está
relacionada com o desenvolvimento pessoal, o reconhecimento e a confiança e o ambiente
interno vivido na empresa, entre outros, e não só com os benefícios monetários
que recebem. Se a cultura da empresa não estiver de acordo com os valores,
princípios e necessidades dos trabalhadores será difícil estes sentirem-se
felizes no seu trabalho.
Mas
mudar a Cultura Corporativa de uma empresa, embora seja muitas vezes necessário,
como têm vindo a demonstrar muitos escândalos relacionados com o tratamento dos
colaboradores, é demorado e custoso. Implica o esforço de toda a gente
envolvida na empresa, desde o CEO ao estagiário. Implica que todos os
colaboradores promovam a felicidade no seu ambiente de trabalho como a promovem
nas relações pessoais. Tudo isto torna-se mais rápido e eficaz com a presença
de um Happiness Manager ou Chief Happiness Officer na empresa.
Concluindo,
a Felicidade Corporativa é uma estratégia de negócio rentável, que resulta na
retenção de colaboradores e clientes, na redução de custos com a integração de
novo pessoal e num aumento da produtividade. Deve ser parte integrante da
Cultura Corporativa e, idealmente, as empresas teriam um Happiness Manager dedicado à formação, desenvolvimento e felicidade
dos colaboradores.
MARIA
SILVA
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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