Nos dias que
correm, Portugal é um dos países europeus com maior cobertura e densidade de
redes de fibra, colocando-nos numa posição de vantagem para aproveitar o
potencial desta nova tecnologia.
Por volta
dos anos 80, surgiram os sistemas de comunicação que permitiam a transferência
de dados, apenas por voz, através de ondas que variavam de forma contínua: os
sistemas de 1ª geração (1G). A tecnologia 2G surge nos anos 90, quando as
empresas de telecomunicações disponibilizaram aos seus utilizadores a
possibilidade de enviarem mensagens de um equipamento para outro. Depois, a
tecnologia móvel 3G permitiu não só continuar a enviar mensagens de um
dispositivo para outro mas, também, fazer chamadas, enviar mensagens de texto e
aceder à internet. A 4G apareceu para otimizar a tecnologia 3G em termos de
rapidez de download e upload de conteúdos e, ainda,
proporcionar uma melhor cobertura e qualidade de rede.
Associado a
esta evolução surge o conceito “long term
evolution” (LTE), que marca a tecnologia 4G em termos de rapidez. Estas
gerações vão sendo definidas de acordo com a velocidade de transmissão de dados
e são marcadas por uma interrupção no procedimento de codificação, de modo a
que as novas tecnologias sejam incompatíveis com as suas antecessoras.
A tecnologia
5G vem substituir a atual 4G LTE, assegurando uma maior velocidade e capacidade
do que as atuais tecnologias sem fios, dando às pessoas a possibilidade de
acederem mais rapidamente à informação já disponível. Deste modo, enquanto a
velocidade de transferência do 4G LTE consegue alcançar 1gb por segundo, o 5G
aumentará a velocidade de download
para até 10gb por segundo; por outras palavras, um download que demorasse uma hora em HD (assumindo condições ideais e
em que o sinal não é interrompido), com a nova tecnologia 5G, demorará apenas
uns segundos.
Neste
sentido, as redes 5G tornar-se-ão o pilar da nossa economia, ligando inúmeros
objetos/serviços e sistemas entre si, nomeadamente, os que estão relacionados
com o funcionamento da nossa economia. Esta tecnologia será crucial para
fomentar a competitividade da Europa no mercado mundial em setores tão
importantes como a indústria automóvel, a saúde, os transportes e a energia. Os
países europeus estão em concorrência com outras regiões avançadas a nível
mundial (por exemplo, os EUA e a China), que preparam o lançamento desta nova
tecnologia.
Neste
momento, a Europa é líder mundial no que diz respeito a ensaios desta tecnologia,
tendo realizado várias experiências em 23 dos seus Estados-Membros. No entanto,
a posição que ocupa é de relativa fragilidade dada a rapidez de evolução deste
setor.
Juntamente
com a implementação da 5G, vem também o encargo de responsabilidade para os
Estados-Membros ao nível de incentivos de investimento e de condições de
enquadramento legal desta nova rede na nossa economia, de forma a garantir
atratividade e certeza jurídica quanto a aplicação da nova rede.
Trata-se de
uma tecnologia excecional e de uma oportunidade de avançar qualitativamente no
desenvolvimento da UE. Desta forma, a próxima etapa é a criação de um conjunto
de medidas destinadas a identificar e diminuir os riscos para a cibersegurança
dos países da União. A implantação da rede 5G levará a que haja, por exemplo,
uma maior exposição a ataques que poderão ser feitos de variadas formas e com
uma maior rapidez. Assim, as ameaças à disponibilidade e à integridade das
redes tornar-se-ão grandes preocupações em matéria de segurança (como ameaças à
confidencialidade e à privacidade). A UE terá de agir rapidamente e com
assertividade no sentido de proteger a sua sociedade e economia.
Por
conseguinte, assegurar a cibersegurança das redes 5G é uma questão estratégica
para a União Europeia, numa altura em que a frequência e a sofisticação dos
ciberataques estão a aumentar exponencialmente. É urgente proteger os direitos
humanos e as liberdades fundamentais dos cidadãos para que esta rede seja,
realmente, um contributo para a nossa sociedade.
Catarina Antunes Ferreira
Fonte: https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/5g-europe-action-plan
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Fonte: https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/5g-europe-action-plan
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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