Para quem ainda
não sabe ou até mesmo já se esqueceu, a bitcoin
é uma moeda digital que permite transferir dinheiro ou fazer pagamentos de uma
forma instantânea e barata para qualquer ponto do mundo e que não é controlada
pelos bancos centrais ou por entidades governamentais.
Sendo digital, é fácil de transferir. E uma vez que a sua
emissão e transmissão dependem de um complexo processo de autenticação, a
famosa blockchain, é muito difícil de
falsificar. Duas boas razões para a bitcoin
poder ser considerada uma moeda. Mas cumpre as funções de uma moeda? Em teoria,
sim. Na prática, não. Ou ainda não. Ou sim, mas de forma muito imperfeita. O
número de agentes económicos que aceitam a bitcoin
ainda é limitado. E faltam leis que regulem as transações.
A bitcoin é
sinónimo de valorizações estonteantes. Partindo literalmente do zero quando foi
criada, a bitcoin começou uma
escalada impressionante que a levou a atingir quase 20 mil dólares em algumas
bolsas de bitcoin no mês de dezembro
de 2017, antes de perder mais de 80% desse valor e regressar aos 3 mil dólares
um ano depois (dezembro de 2018), valor que desde aí voltou a quadruplicar.
Tudo isto com subidas e descidas diárias que, de forma rotineira, ultrapassam
os 10%. 2019, tem sido um ano de recuperação para o mercado
de criptomoedas e para a bitcoin, em
particular. Depois da queda em 2018, a bitcoin
tem vindo a fazer uma recuperação significativa em 2019.
Depois
de começar o ano a valer 3.746$,
a bitcoin estabilizou entretanto por
volta dos 10.000$,
o que representa um aumento de
cerca de 160% no seu valor.
Quem é que investe em bitcoins? Dado que as bitcoins são um tipo de ativo que
apresenta alta volatilidade e risco, o investimento é mais
indicado para investidores com experiência. São os
chamados investidores de perfil
arrojado, capazes de tolerar perdas em curto prazo em
vista de ganhos maiores no futuro. Então as bitcoins
não são uma boa opção de investimento para o investidor conservador
Se for
um investidor com perfil moderado, ou seja, que tem algum apetite por
risco, em troca de maiores ganhos, talvez as moedas digitais possam ter
uma pequena parte na sua carteira de
investimentos. Afinal, a diversificação reduz o risco
total da sua carteira de investimentos, ajudando seu patrimônio a crescer com
um bom nível de segurança.
Mas é seguro investir em bitcoins?
No passado,
houve casos de ataques informáticos a carteiras de moedas virtuais que
resultaram em perdas totais para os investidores. Houve também sites fraudulentos que prometiam este
serviço, mas desapareceram, levando com eles as moedas digitais que tinham
guardadas.
O Banco de Portugal publicou nos últimos anos avisos a
explicar que "as moedas virtuais não são seguras”. As entidades que emitem
e comercializam "moedas virtuais" não são reguladas nem
supervisionadas por qualquer autoridade do sistema financeiro, nacional ou
europeio.
Estarão os economistas a
favor da compra/investimento em Bitcoins? O presidente
do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu que a 'bitcoin' e outras
criptomoedas são "ativos muito arriscados", que devem ser mantidos
com prudência, nomeadamente por bancos. "As moedas virtuais estão sujeitas
a grande volatilidade. O seu preço é completamente especulativo", declarou
Draghi, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Draghi disse ainda que as
criptomoedas evoluem “num espaço que não está regulamentado” e que os bancos
têm de ter em conta “um risco elevado”, sobretudo devido a grande volatilidade.
Joseph Stiglitz, de 74 anos,
Prêmio Nobel de Economia em 2001 e ex-economista-chefe do Banco Mundial, não
usa meias palavras ao falar da bitcoin.
Em entrevista à BBC, o economista americano explicou por que acredita que o bitcoin deveria ser proibido: "Por
que as pessoas querem bitcoins? Por que as pessoas querem uma moeda
alternativa? A verdadeira razão pela qual as pessoas querem uma moeda
alternativa é participar de atividades ilícitas: lavagem de dinheiro, evasão
fiscal".
De forma a concluir, na minha opinião, o
investimento em bitcoins não é “para
todos”. É um investimento favorável aos investidores que já se encontram em níveis
superiores quer de experiência quer em reservas monetárias. Contudo, gostava de
experienciar uma economia em que os Bancos aceitassem as moedas digitais como a
bitcoin, entre outras. Tal aceitação
levaria provavelmente à “falência” de algumas moedas atuais que não são tao
fortes no mercado, prejudicando os países que as adotassem, contudo poderia vir
a beneficiar outros.
Também consigo imaginar o uso da bitcoin como a moeda dos indivíduos de
classe média-alta, que auferem rendimentos superiores. Dado que uma bitcoin corresponde a 8202,62 €, porque
não usar bitcoins na transação/compra
de bens de preço elevado, como casa, carro, de modo a simplificar o processo.
Tomás Ferreira Pinto
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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