A crise sanitária COVID-19 abalou o mundo no final do ano de 2019, tendo tido início identificado na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, mas alastrando-se rapidamente a outros países. COVID-19 é o nome atribuído pela OMS à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeções respiratórias graves, como a pneumonia. O setor do turismo, com especial ênfase nas viagens, foi fortemente abalado no período durante e pós-pandemia, principalmente devido às restrições impostas pelos diversos países.
O
turismo e os seus diferentes “subsetores”, alguns deles em expansão no período
anterior à crise sanitária, entraram numa tentativa de sobrevivência constante.
E, apesar desta anterior ser uma opinião geral, a compreensão destes impactos,
de forma geral, negativos no setor em questão, não é de veras tão simples,
incluindo uma análise bastante complexa. Devem ser tidos em conta aspetos de
natureza qualitativa, que tenham em conta, por exemplo, as atividades que são
caraterísticas do setor (uma delas referida acima, as viagens), os diferentes
segmentos, a origem dos fluxos, etc.
Segundo
cálculos feitos pela United World Tourism
Organization, os fluxos internacionais de turistas deverão apresentar uma
queda de 22% no ano de 2020, assim como, também, as receitas apresentadas pelo
setor deverão decrescer entre 20% e 30%.
Em
julho de 2020 (que acredito que se estenda ao mês em que nos encontramos, outubro
de 2020), os principais subsetores do turismo – transportes, hospedagem,
agenciamento de viagens e serviços de alimentação e de lazer – foram bastante
afetados, com perdas, em alguns casos, próximas de 100%. Mas também neste caso
é preciso levar em conta as escalas envolvidas. A hotelaria de rede
internacional, por exemplo, é formada por grandes corporações, com valores
futuros anuais que ultrapassam os biliões de dólares. Enquanto isso, no que aos
serviços de hospedagem regionais/locais diz respeito, muitas vezes empresas
pequenas e familiares, sem reservas financeiras que lhe permitissem transpor o
período de crise, acabaram por encerrar as suas atividades.
É importante ressaltar,
também, o fato de que, entre as 20 maiores empresas aéreas do mundo, apenas uma
é latino-americana, a Latam, e que o domínio do transporte aéreo internacional
está nas mãos de poucas companhias aéreas, a maioria delas radicada em nações
ricas e desenvolvidas (como os EUA, a Alemanha, os Emirados Árabes Unidos...),
onde têm chances razoáveis de
encontrarem a ajuda financeira de que necessitam para se manterem
economicamente viáveis. O mesmo naturalmente não se aplica a empresas de
transporte rodoviário, maioritariamente nacionais e radicalmente impactadas
pela interrupção dos fluxos de viajantes em geral.
Abordando, nesta fase, a minha opinião sobre o tema, com importante referência ao enunciado acima, é evidente que a pandemia vivida representou um forte entrave ao desenvolvimento do turismo, há muito tempo investido por diversas entidades, por várias razões, mas especialmente pelas restrições impostas aos consumidores do setor. No entanto, uma das formas de o erguer, novamente, passará certamente pela valorização do que é nosso! Isto é, gostar e apoiar o que é nacional, o que temos de bom. E acredito que só assim será viável, ignorando o rápido desaparecimento da crise sanitária. Ainda assim, não será um caminho fácil. Mas juntos, através do espírito vencedor, de solidariedade e de patriotismo, tudo será possível!
Ana Barreto de Sousa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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