terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Turismo no pós-pandemia

              A crise sanitária COVID-19 abalou o mundo no final do ano de 2019, tendo tido início identificado na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, mas alastrando-se rapidamente a outros países. COVID-19 é o nome atribuído pela OMS à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeções respiratórias graves, como a pneumonia. O setor do turismo, com especial ênfase nas viagens, foi fortemente abalado no período durante e pós-pandemia, principalmente devido às restrições impostas pelos diversos países. 

          O turismo e os seus diferentes “subsetores”, alguns deles em expansão no período anterior à crise sanitária, entraram numa tentativa de sobrevivência constante. E, apesar desta anterior ser uma opinião geral, a compreensão destes impactos, de forma geral, negativos no setor em questão, não é de veras tão simples, incluindo uma análise bastante complexa. Devem ser tidos em conta aspetos de natureza qualitativa, que tenham em conta, por exemplo, as atividades que são caraterísticas do setor (uma delas referida acima, as viagens), os diferentes segmentos, a origem dos fluxos, etc.

          Segundo cálculos feitos pela United World Tourism Organization, os fluxos internacionais de turistas deverão apresentar uma queda de 22% no ano de 2020, assim como, também, as receitas apresentadas pelo setor deverão decrescer entre 20% e 30%.

          Em julho de 2020 (que acredito que se estenda ao mês em que nos encontramos, outubro de 2020), os principais subsetores do turismo – transportes, hospedagem, agenciamento de viagens e serviços de alimentação e de lazer – foram bastante afetados, com perdas, em alguns casos, próximas de 100%. Mas também neste caso é preciso levar em conta as escalas envolvidas. A hotelaria de rede internacional, por exemplo, é formada por grandes corporações, com valores futuros anuais que ultrapassam os biliões de dólares. Enquanto isso, no que aos serviços de hospedagem regionais/locais diz respeito, muitas vezes empresas pequenas e familiares, sem reservas financeiras que lhe permitissem transpor o período de crise, acabaram por encerrar as suas atividades.

É importante ressaltar, também, o fato de que, entre as 20 maiores empresas aéreas do mundo, apenas uma é latino-americana, a Latam, e que o domínio do transporte aéreo internacional está nas mãos de poucas companhias aéreas, a maioria delas radicada em nações ricas e desenvolvidas (como os EUA, a Alemanha, os Emirados Árabes Unidos...), onde têm chances razoáveis de encontrarem a ajuda financeira de que necessitam para se manterem economicamente viáveis. O mesmo naturalmente não se aplica a empresas de transporte rodoviário, maioritariamente nacionais e radicalmente impactadas pela interrupção dos fluxos de viajantes em geral.

Abordando, nesta fase, a minha opinião sobre o tema, com importante referência ao enunciado acima, é evidente que a pandemia vivida representou um forte entrave ao desenvolvimento do turismo, há muito tempo investido por diversas entidades, por várias razões, mas especialmente pelas restrições impostas aos consumidores do setor. No entanto, uma das formas de o erguer, novamente, passará certamente pela valorização do que é nosso! Isto é, gostar e apoiar o que é nacional, o que temos de bom. E acredito que só assim será viável, ignorando o rápido desaparecimento da crise sanitária. Ainda assim, não será um caminho fácil. Mas juntos, através do espírito vencedor, de solidariedade e de patriotismo, tudo será possível!


Ana Barreto de Sousa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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