quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Será que os ´robots` vão tomar conta do mundo?

Todos concordamos que a ascensão dos robots e das máquinas no mundo do trabalho é clara, mas será que temos noção do quão rápido este fenómeno está a acontecer, como isso nos irá afetar e que vantagens e desvantagens trará? Será que o COVID-19 veio acelerar ou abrandar este processo?

Em 2019, o país com densidade robótica mais elevada foi claramente a Coreia do Sul, como podemos comprovar na figura abaixo, sendo que o país que lidera a corrida europeia é a Alemanha. Este processo de robotização está cada vez mais acelerado nos países desenvolvidos (como é o caso dos países europeus). É de notar que os robots e a maquinaria “inteligente” vêm substituir, maioritariamente, os trabalhadores que desenvolvem atividades manuais, isto é, cargos em que a educação superior não é necessária e que as qualificações requeridas são mais baixas.

Imagem 1- Os países com niveis mais elevados de trabalhadores robot.  Retirado do portal "statista".



Este fenómeno está a avançar a um ritmo absolutamente alucinante, sendo que, segundo o “World Economic Forum”, em 2025, metade dos postos de trabalho das empresas inquiridas neste estudo serão ocupados por robots. É de salientar que as empresas inquiridas empregam um total de 8 milhões de trabalhadores.

Embora os avanços tecnológicos sejam uma conquista para a Humanidade, as desvantagens podem ser catastróficas uma vez que esta redução nos postos de trabalho (e o desaparecimento de algumas profissões) levará a que um número elevado de pessoas fique no desemprego. Como referido anteriormente, as pessoas empregadas nestes postos têm poucas qualificações, o que desencadeia um problema ainda mais preocupante. Alguns economistas consideram, ainda, que este processo não trará problemas de maior mas exigirá uma forte capacidade de adaptação ao novo mundo. Mundo este que será feito de inovação, criatividade e comunicação, levando a que empregos em áreas regidas por estas máximas não sejam tão facilmente perdidos (“Perhaps future workers won't get a job — they'll create their own” (In Will robots steal our jobs?- World Economic Forum). As vantagens são bastante óbvias: a redução dos erros humanos, a maior produtividade, os baixos custos com mão-de-obra, possibilidade de produção 24h, menor número de acidentes no trabalho, maior precisão e repetibilidade e menor tempo de produção, entre outras.

A pandemia mundial veio, sem qualquer margem para dúvida, acelerar este processo de automação industrial uma vez que, face a esta nova realidade, muitas empresas viram-se obrigadas a despedir alguns dos seus empregados e a procurar novas soluções que reduzissem os custos. Assim, podemos afirmar que, fruto da pandemia, todas as desvantagens produzidas pela substituição de pessoas por robots estão a ser acentuadas e que as desigualdades no mercado de trabalho e os retrocessos a nível mundial são notórios.

Pode concluir-se que, apesar deste ser um tema bastante atual e controverso, os empregos em áreas qualificadas estarão, à partida, menos expostos a um possível desaparecimento. Já os postos de trabalho de pessoas com baixo nível de escolaridade e em particular, os ligados à produção e outras indústrias poderão desaparecer, diminuir o número de pessoas necessárias para os desempenhar ou ser completamente reestruturados.

 

Bárbara Fernandes Pontedeira

Referências:

·        https://executivedigest.sapo.pt/maquinas-vao-assumir-metade-do-trabalho-ate-2025-diz-o-forum-economico-mundial/

·        https://www.weforum.org/agenda/2020/09/countries-comparison-robot-workers-robotics-change-tech-manufacturing/

·        https://www.statista.com/chart/13645/the-countries-with-the-highest-density-of-robot-workers/

·        https://www.weforum.org/agenda/2019/08/the-robots-are-coming-but-take-a-breath 


[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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