domingo, 31 de outubro de 2021

Economia na pandemia

     O primeiro foco da pandemia surgiu na China, sobretudo pela falta de controle sanitário apropriado, tendo-se alastrado para os diversos países do mundo, existindo 6000 casos mundialmente, a 29 de janeiro de 2020.

O confinamento foi feito em múltiplas escalas, colocando sob pressão o funcionamento eficiente dos sistemas de saúde e, consequentemente, uma desorganização económico-social do sistema económico. Como Portugal faz parte da EU, desde 1 de janeiro de 1986, tal influencia a gestão das fronteiras com os restantes Estados-membros e com países terceiros, tendo sido destacado em vários países onde o vírus estava menos controlado o colapso dos serviços de saúde e, inevitavelmente, o aumento do número de mortes.

Os países têm feito um significativo esforço fiscal através dos seus fundos de emergência, pretendendo a UE despender um gasto total de 151 biliões de dólares na recuperação desta pandemia, tendo como prioridade a saúde dos cidadãos, além do foco no auxílio às pequenas e médias empresas com a utilização dos instrumentos de política económica. Para além disso, o setor turístico foi também fortemente afetado e, assim, a Comissão Europeia propôs, a 13 de maio de 2020, uma série de medidas que permitirão uma reabertura gradual e coordenada das instalações e serviços turísticos, bem como um apoio específico às empresas do setor.

A meu ver, a união de todos os estados-membros é importante no apoio à recuperação da economia pela demora que a mesma terá e pelos esforços que terão de ser feitos por todos os cidadãos.

A 7 de julho de 2021, a Comissão Europeia previu que a economia europeia se iria recuperar a um ritmo ligeiramente mais rápido do que se esperava, prevendo-se que a economia da UE e da área do euro cresça 4,8% este ano (2021) e 4,5% em 2022. Menciona-se que o Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) é um contributo significativo para esse mesmo crescimento, onde a riqueza gerada pelo mesmo corresponda a cerca de 1,2% do PIB real da UE, em 2019.

Como se pode ver no gráfico que se segue, de 2019 para 2020, a Taxa de Crescimento Real do PIB, sofreu uma diminuição significativa, passando de 2,69%, em 2019, para -8,96%, em 2020. Segundo as projeções do Banco de Portugal, espera-se que, em 2021, o crescimento do Produto Interno Bruto seja de 4,8%, em 2021 de 5,6%, em 2022 ,e em 2023 de 2,4%, ficando nesse mesmo ano acima da área Euro (2,1%).


A 16 de março 2021, o Banco Europeu de Investimento propôs um plano relativo às pequenas e médias empresas, que inclui o Fundo Europeu de Investimento, visando mobilizar até 40 mil milhões de euros em financiamentos, orientados para empréstimos intercalares. A 18 de março de 2021, o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu anunciou um programa temporário de compra de ativos em resposta à emergência pandémica, representando 7,3% do PIB da zona euro, de modo a fazer face à situação, mantendo-se em vigor até ao final da crise.

Em suma, sem dúvida que esta crise constitui um desafio para a economia europeia, pondo em causa os meios de subsistência dos cidadãos, protegendo, principalmente, os setores vitais da economia, o emprego e os trabalhadores.


Joana Correia

Bibliografia

Ø  https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/130379/2/431621.pdf

Ø  https://journals.openedition.org/espacoeconomia/11826

Ø  https://ec.europa.eu/info/live-work-travel-eu/coronavirus-response/jobs-and-economy-during-coronavirus-pandemic_pt

Ø  https://www.bportugal.pt/page/projecoes-economicas

Ø  https://www.pordata.pt/Portugal/Receitas+efectivas+do+Estado+em+percentagem+do+PIB+total++correntes+e+de+capital-2769

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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