domingo, 31 de outubro de 2021

O ´e-commerce` tornará o mundo mais sustentável

      E-commerce é um termo utilizado para definir as ações de compra e venda de produtos físicos pela internet. Tais ações podem ser constituídas entre os agentes económicos de três principais formas: business-to-consumer (B2C); business-to-business (B2B); e consumer-to-consumer (C2C).

Quando os agentes económicos se organizam desses modos, pela internet, eles tornam o mundo mais sustentável. Isso porque o e-commerce torna toda a cadeia produtiva mais sustentável. Por exemplo, através da internet os gastos com energia e água podem ser reduzidos já que as práticas inerentes a modelos de negócio online são mais sustentáveis. Os executivos aderentes ao e-commerce também possuem uma série de oportunidades, como a redução dos custos, o ganho de escala e a possibilidade de utilizar uma maior porcentagem dos ganhos para investir em inovação.

Assim o comércio online se tornou extremamente atrativo para todos os tipos de empresários. Desde os micro aos maiores, faz sentido se recorrer à internet. Atualmente, há uma tendência de produtores independentes entrarem nesse meio, mas há décadas entrar no digital era uma estratégia ousada. Hoje, os que tomaram tal risco no passado são conhecidos como os maiores nomes da internet mundial. São empresas como Amazon, Alibaba, Wallmart e Mercado Livre.

Atualmente, a indústria têxtil é uma das que mais causam desperdícios, logo, otimizar os recursos dessa indústria certamente seria uma mais-valia e um passo na direção de um mundo mais verde. Todos os agentes económicos envolvidos na cadeia da indústria fashion contribuem para os altos índices de poluição e desperdício. Dados mostram que uma em cada duas pessoas joga roupas no lixo em vez de doarem essas roupas que demoram décadas para se degradarem. Apenas os Estados Unidos produzem 17 milhões de toneladas de tecidos desperdiçados todos os anos. Esse número se torna mais impactante quando somado ao fato de que para produzir uns jeans e uma camiseta são necessários 5000 galões de água. Entretanto, o desperdício de água não é o maior problema da indústria, mas sim os gases de efeito estufa. A indústria têxtil sozinha é responsável por 10% de toda a emissão desses gases, contribuíndo para o aquecimento da Terra e para as mudanças abruptas de clima.

Dado tamanho desperdício da indústria têxtil e do ramo fahion como um todo, as empresas tomaram algumas medidas inovadoras. A mais utilizada foi o e-commerce, porque utilizar as plataformas digitais faz com que as empresas reduzam o desperdício e a poluição. Isso acontece dado procura do consumidor que compra online. Esse tipo de consumidor deseja entrar numa plataforma digital e se deparar com mais opções de produtos. Assim, os fabricantes adotaram uma disposição long tale, na qual há menos produtos no total, mas em maior variedade. Como consequência, esses produtores diminuíram os gastos necessários para produzir as suas peças. Além disso, esses produtores podem trabalhar com menos estoque e fazer mais dos produtos com mais fluxo, adotando ligeiramente um mindset de on-demand. Assim, sendo benéfico para o produtor, que consegue diminuir os gastos, para o consumidor, já que ele encontra mais produtos, e para o planeta, pois reduz as emissões de gases de efeito estufa.

A pandemia serviu como um grande acelerador dos negócios digitais já que impôs essa realidade aos pequenos e médios empresários. Em 2019, o comércio eletrónico era responsável por $3,4B em vendas. Já em 2021, de acordo com previsões do Statista, $4,9B serão vendidos pela internet, um aumento de 44%. Em 2021, a grande empresa focou-se mais na internet e o pequeno empresário aprendeu a usufruir das possibilidades de negócios nela.

Para o pequeno empresário que adotou o modelo de negócio online nesse período, há diversas facilidades na rede. As barreiras à entrada são mínimas e as conexões possibilitadas através da internet permitem que uma pessoa independente gere um negócio relevante do seu próprio laptop, em seu quarto; plataformas como o Shopify permitem que isso seja possível. Devido às poucas barreiras à entrada, chego à conclusão de que muitas pessoas se tornaram pequenos empreendedores e criarão suas marcas independentes dentro desse contexto.

Esse movimento de se tornar um microempreendedor online tornará o mundo mais sustentável devido a otimização da cadeia produtiva e terceirização utilizando mão-de-obra especializada. Dada essa cadeia, há menos emissões de gases de efeito estufa, mais consumo, menos desperdício e, em suma, contribui-se para uma produção e um consumo mais sustentável. Por isso, acredito que as grandes plataformas aliadas ao ecommerce têm potencial para tornar o mundo mais verde.

 

Rodrigo Souto

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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