Todos
estamos familiarizados com a ideia de que, cada vez mais, e principalmente nos
países desenvolvidos, a população está a envelhecer, sendo este um dos assuntos
considerado como uma das transformações sociais mais significativas no século
XXI.
Segundo
a ONU, e devido a um estudo desenvolvido no Dia Internacional da Pessoa Idosa,
foi concluído que há mais pessoas com 65 anos do que crianças menores de 5
anos, caso nunca antes ocorrido. Se este aumento continuar, poderá haver um
aumento de 46% da população com mais de 60 anos até 2030, ultrapassando assim a
classe das crianças com menos de 10 anos. O relatório indica também que o
número de idosos será maior na Ásia, no entanto, o continente mais envelhecido
será a Europa. O continente onde se verificará o maior aumento populacional é África.
O envelhecimento da população é, portanto,
um fator preocupante para a Europa, uma vez que, devido aos avanços médicos e à
melhoria da qualidade de vida, a esperança média de vida está a aumentar. Isto demonstra
evolução, no entanto, esta não acompanha a taxa de natalidade e de fertilidade,
que se encontram em declínio, o que pode trazer grandes consequências
económicas. Teremos cada vez menos população ativa a suportar a população não
ativa.
Neste momento, a Europa tem por cada
pessoa de 65 anos ou mais, 4,4 pessoas em idade de trabalhar mas, se a
população ativa diminuir, estima-se que o número baixe para 3,1 em 2025 e para
2,1 em 2050. Portugal não foge a este efeito, sendo um dos 5 países da Europa
mais envelhecidos.
Além de mais mulheres terem menos filhos,
estas estão a tê-los mais tarde. É de conhecimento geral que países europeus
estão a desenvolver medidas de forma a incentivar o aumento da natalidade e a
aumentar o bem-estar das famílias, e cada vez mais são as vantagens como a
diminuição do IRS consoante o número de filhos, subsídios à natalidade,
comparticipações nos primeiros anos, entre outros.
Se temos mais idosos e menos jovens,
teremos menos mão-de-obra e a proporção de reformados face ao número de
trabalhadores aumenta. Os custos de cuidados de saúde e sociais são maiores e
há menos pessoas a contribuir para a segurança social com impostos e mais
pessoas reformadas, o que vai alterar a sustentabilidade desta.
Na minha opinião e constatando estes
factos, este é um assunto que representa cada vez mais um desafio para os
países e que é necessário tentar combater o mais rapidamente possível,
procurando encontrar soluções que permitam a sustentabilidade da segurança
social. Várias políticas de apoio à natalidade anteriormente expostas iriam
ajudar a combater este tema da atualidade. O verdadeiro problema é a não
existência de suficientes incentivos a ter filhos, o que não passa só pelas
mulheres e pelas novas gerações, mas sim prende-se com a mentalidade de todas
as pessoas, do governo e do país.
Telma
Torres
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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