Blogue de apoio à unidade curricular "Economia Portuguesa e Europeia"
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Veganismo/Vegetarianismo: moda ou credibilidade?
Nos últimos tempos,
tem-se verificado um aumento exponencial do número de pessoas aderentes ao
veganismo. Este estilo de vida carateriza-se pela exclusão absoluta de objetos e alimentos de origem animal na vida
quotidiana, diferenciando-se assim da dieta vegetariana pois esta última apenas
exclui alimentos como a carne e o peixe.
Um estudo realizado
em 2015, nos Estados Unidos da América, revelou que 3,4% dos indivíduos se
consideravam vegetarianos e apenas 0,4% vegan.
No entanto e apesar destes valores baixos, é expectável que os valores
apresentados aumentem até aos 25% da população americana dos 25 aos 34 anos, na
soma das percentagens dos dois estilos de vida (Vegan e Vegetariana), resultado
de uma evolução significativa na disponibilidade dos produtos vegan no mercado. Em 2015, menos de 3%
dos novos produtos alimentares que surgiam no mercado eram de origem vegan, contudo, em 2018, a
disponibilidade dos produtos vegan
mais do que triplicou, passando a aproximadamente a 10%.
A par do aumento
dos produtos vegan, verifica-se,
ainda, que os alimentos vegetarianos seguem também a mesma linha de crescimento.
Assume-se que a principal razão pela qual as pessoas estão a mudar os seus
comportamentos, em particular, os alimentares, está relacionada com a
facilidade com que se consegue ter acesso à informação de todo o mundo quase em
tempo real. Essa informação alerta-nos para o aquecimento global e as
implicações do comportamento do ser humano tem no planeta terra. Prevê-se que
num futuro próximo as alterações climáticas sejam de tal ordem dramáticas que
levarão à extinção de diversas espécies, incluindo a humana.
A
consciencialização individual e coletiva tem tentado promover a adoção de
hábitos mais sustentáveis, como utilização de objetos pessoais tais como: escovas
de dentes, pentes e talheres descartáveis de origem vegetal; o aumento da
utilização de transportes públicos; e ainda diminuição do consumo de alimentos
de origem animal. Os indivíduos mais despertos para esta problemática adotam o veganismo
e/ou vegetarianismo no quotidiano. O veganismo é, de facto, o estilo de
alimentação que menor emissão de CO2 liberta para a atmosfera. Contudo,
importa referir que uma dieta no dairy é menos poluente do que o
vegetarianismo, ou seja, é possível afirmar que o corte do consumo de leite,
queijo, iogurtes e ovos é menos poluente do que se optarmos por uma alimentação
na qual o único critério é a abolição da morte dos animais.
Por
um lado, gostava de acreditar que o aumento do número de pessoas que é contra a
tortura animal não fosse apenas uma moda mas, pelo contrário, uma decisão consciente
e definitiva. Apoio esta minha opinião num estudo realizado por investigadores
da Oxford Martin School, o qual diz que se o mundo se tornasse vegan poderiam ser salvas cerca de 8
milhões de vidas até 2050, devido à diminuição de dois terços das emissões de
gases nocivos, o que levaria a poupanças relativas a cuidados de saúde e
desastres ambientais evitados de cerca de 1,5 biliões de dólares.
Verificam-se
outros fenómenos, nomeadamente os chamados influenciadores digitais, de todo o
mundo, que se dizem vegans ou
vegetarianos e que tentam persuadir milhares de pessoas a ter novas opções no
estilo de vida, nomeadamente no que toca à tortura animal. Apenas o fazem para
conseguir mais seguidores e, por conseguinte, mais dinheiro. Alguns destes
influenciadores digitais anunciaram
deixar a dieta vegan por
questões médicas. Este dicurso teve um impacto gigante na credibilidade da
alimentação vegana pois criou-se o preconceito de que se o individuo adotar
este estilo de vida terá necessariamente problemas de saúde. Alguns estudos
apontam para que não é de todo verdade, pois todos os nutrientes e proteínas
podem ser obtidos através da ingestão exclusiva de vegetais e frutas em
quantidades adequadas à pessoa em questão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário