Os refugiados têm outros
sítios para ser alocados? Será que a Europa é o único destino em que estarão em
segurança? Com a vinda dos refugiados para a Europa vai haver menos postos de
trabalho disponíveis? Vão estes roubar empregos aos desempregados locais? Vamos
estar a ajudar os refugiados quando existem muitas pessoas, quer na Europa,
quer em Portugal, que também precisam de tanta ou de mais ajuda do que eles?
Este é o dilema em que existe uma divisão de ideias por parte de autoridades
responsáveis.
De acordo com a Amnistia Internacional
Portugal, a maioria dos refugiados foge para países em desenvolvimento. Os países que mais acolhem refugiados
são a Turquia (3,7 milhões), Paquistão (1,4 milhões), Uganda (1,2 milhões) e
Sudão (1,1 milhões)".
Qual o impacto económico
da vinda dos refugiados para a Europa? parece que esse impacto tende a ser
positivo. Depois de analisarem
os dados económicos e relativos às migrações dos últimos 30 anos, uma equipa de
economistas franceses liderada por Hippolyte d’Albis, da Escola de Economia de
Paris, concluiu que os requerentes de asilo melhoraram o Produto Interno Bruto
e aumentaram as receitas líquidas em cerca de 1%.
Os requerentes de asilo que se deslocam para a Europa reduziram o
desemprego e contribuíram para dinamizar as economias dos países de
acolhimento. E não sobrecarregaram as finanças públicas, asseguraram os cientistas.
O estudo efetuado inclui dados de vários países, como Áustria, Bélgica,
Dinamarca e Portugal, entre outros. Os requerentes de asilo começaram a
contribuir mais para o PIB dos países de acolhimento após três a sete anos de
permanência.
O tema também
é analisado pela OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico, que publicou um trabalho sobre como irá esta vaga de refugiados
afetar a economia europeia. Segundo a OCDE, “no curto prazo, a despesa pública
adicional pode funcionar como um estímulo à procura”. A instituição estima que
“em 2016 e 2017, a despesa adicional para apoiar os refugiados impulsionou a
procura agregada da economia europeia em 0,1 a 0,2% do Produto Interno Bruto”.
E os custos da integração dos refugiados? Segundo o relatório da
OCDE, os custos variam muito de país para país, mas estão entre 0,1% e 1% do
Produto Interno Bruto (PIB). Os autores do relatório enfatizam que esse
dinheiro é um investimento e que, mais tarde, essas pessoas contribuirão para a
economia dos Estados recetores.
O caso da Itália: nos últimos
meses, a Itália tem insistido, perante os parceiros europeus, que já fez mais
do que o suficiente para ajudar os migrantes que atravessam o Mediterrâneo.
Roma quer que outros Estados membros façam também alguma coisa.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM),
Itália recebeu mais de 120 mil pedidos de asilo. O Governo italiano diz que,
nos últimos três anos, quase 700 mil pessoas chegaram às costas italianas. Para
as autoridades, há também que enfrentar todos os custos que receber, registar e
prestar assistência a milhares de pessoas implica - mais de 4 mil milhões de
euros.
Itália tem vindo a insistir numa ajuda
financeira da parte da União Europeia. Para Roma, os parceiros europeus têm de
assumir a sua parte de responsabilidade pelos que se atrevem a cruzar o Mediterrâneo.
Tomás Pinto
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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