O gráfico representa a evolução da taxa de
abstenção das eleições europeias, em Portugal. Desde 2014 até 2019, o número de
eleitores aumentou em mais de 1 milhão. Tal se deveu ao acréscimo no número de
residentes no estrangeiro inscritos, contudo, nem isso foi motivo para baixar a
taxa de abstenção verificada em 2014. Deste modo, em 2019, surge a maior taxa
de abstenção de sempre em Portugal, passando de 66,2% (2014) para cerca de
68,6%. Nesse seguimento, o gráfico mostra isso mesmo, a evolução extremamente
negativa da mentalidade dos eleitores portugueses que se questionaram em
relação ao poder do seu voto, no contexto europeu. É de notar que o gráfico
apresenta a taxa de abstenção total, ou seja, tanto dos eleitores residentes em
Portugal como no estrangeiro.
Posto isto, é necessário saber o que leva os
portugueses a ter este tipo de comportamento, tal como o que leva os cidadãos
da Bulgária, Eslovénia, Eslováquia, Croácia e República Checa a comportarem-se
do mesmo modo, visto que conseguiram ter uma taxa de abstenção ainda mais
elevada que a portuguesa.
O que me preocupa nesta situação toda, para
além da enorme abstenção verificada, é o perfil do eleitor que não exerce o seu
direito. Ou seja, não são as pessoas mais velhas ou menos informadas que estão
a deixar de votar mas sim os grupos mais novos. Isto é, são os jovens (18 – 25
anos) educados, bem formados e cultos que não estão a ter participação ativa
nas urnas.
Os 16 anos já foram discutidos como a
possível idade para votar pela primeira vez, fundamentando-se o mesmo com o
facto de, em Portugal, com esta idade, já ser possível casar, trabalhar e até
ser castigado pelo código penal. Desta forma, estaríamos a cativar os jovens,
criando neles sentido de responsabilidade e compromisso com a área política. A opinião
das camadas mais novas divide-se por acharem que ainda não estão preparados
para o fazer com essa idade, defendendo que a escola tem um papel crucial para
dar este tipo de informação. Por outro lado, muitos acreditam que a orientação
política não depende da idade e assim seria uma forma de atrair cada vez mais
pessoas às urnas.
O
tema em questão está também relacionado com a economia e com aquilo que os
portugueses pensam em relação a esta. Isto deve-se ao facto de Portugal ser um
dos países da União Europeia onde o desempenho eleitoral dos governos está mais
relacionado com o impacto das oscilações económicas, o chamado “voto
económico”. Deste modo, verificou-se que nos anos em que os portugueses estavam
mais agradados com a economia a taxa de abstenção foi menor e vice-versa.
Assim, podemos concluir que existe uma relação entre ciclos económicos e
participação política dos eleitores.
Em termo de conclusão, sendo eu também uma
jovem, é óbvio que este assunto me deixa bastante preocupada. No entanto,
acredito que os jovens são os líderes do futuro e se cada vez mais tivermos um
papel interventivo na sociedade vai ser possível provocar a mudança, inverter
estes dados alarmantes e caminhar para um futuro melhor.
Diana
Martins
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