sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Nova economia do plástico até 2030?

         Muitas vezes não estamos conscientes de que o plástico é tão utilizado no nosso dia-a-dia. O plástico é um material importante e quase imprescindível, que está presente em, praticamente, todos os produtos que utilizamos, quer seja pela sua função de conservação e segurança a nível alimentar, quer pela capacidade de isolamento térmico e elétrico, como no caso do setor da energia.
         Ainda assim, a forma como os plásticos são atualmente produzidos, empregados e “eliminados” não permite compreender os seus benefícios sustentáveis e torna-se prejudicial para o ambiente. É de conhecimento geral que existe uma necessidade iminente de combater os problemas ambientais associados à produção, consumo e utilização intensiva do plástico. Diariamente, chegam até nós notícias, através dos media ou das redes sociais, que nos alertam da acumulação excessiva do plástico nos oceanos, tendo-se tornado motivo de preocupação pública.
         Associado a este problema, está também a necessidade de repensar e melhorar o funcionamento desta indústria tão complexa, desde os produtores e consumidores ate às empresas de reciclagem, que representam um papel fundamental neste tema.
         Posto isto, no final de 2015, a Comissão Europeia adotou um plano de ação da União Europeia para a economia circular – uma economia em que o valor dos produtos, materiais e recursos se mantém na economia o máximo de tempo possível e a produção de resíduos se reduz ao mínimo (...)1. Neste plano, é reconhecida a prioridade da alteração do ciclo de vida do plástico e, também, a necessidade de preparar uma estratégia que aborde os desafios colocados ao longo da cadeia de valor (...). Em 2017, a Comissão voltou a confrontar-se com esta estratégia na produção e reutilização dos plásticos e propõe, até 2030, que todas as embalagens de plástico sejam recicláveis.
         A União Europeia está em vantagem para comandar a transição para os plásticos do futuro. Este plano estratégico estabelece os alicerces para uma nova economia do plástico, que tem por base a conceção e produção deste material ou de produtos que respeitem integralmente as necessidades de reutilização e reciclagem, e que estimule o desenvolvimento de materiais mais sustentáveis. Por um lado, será possível aumentar o valor acrescentado e a prosperidade na Europa, aliada à crescente inovação na indústria deste material. Por outro, tornar-se-á também possível a redução da poluição pelo plástico que, simultaneamente, afetará a vida quotidiana e o ambiente, pela positiva. Ao incentivar estes objetivos, este plano não só contribuí para alcançar a prioridade definida pela Comissão Europeia para uma União de Energia, como também, de forma real e tangível, para a concretização dos objetivos de desenvolvimento sustentável do Acordo de Paris, para 2030.
         Assim, esta estratégia exibe compromissos primordiais para as atitudes e ações da União Europeia. Está presente a necessidade de mobilizar os diversos setores da economia, desde o setor privado, os cidadãos, até às autoridades nacionais e regionais. É necessário o comprometimento a nível internacional para que a mudança a nível mundial se torne possível. A Europa, através de esforços decisivos e primaciais, pode transformar estas adversidades em oportunidades e dar o primeiro passo para uma posição firme e determinada a nível mundial.

Catarina Antunes Ferreira

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Fontes:
o   https://eur-lex.europa.eu/legal-content/pt/TXT/?uri=CELEX:52018DC0028

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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