“Calotas
polares estão a desaparecer”, “Mais uma espécie entrou em vias de extinção”,
“Níveis da água do mar atingiram valores recordes”, “Emissões de CO2
destroem cada vez mais o planeta”. Estas são apenas algumas das headlines que nos últimos tempos fizeram
eco na comunicação social.
O
clima, as alterações climáticas e o ambiente são, hoje em dia, uma das mais
importantes questões sociais a nível mundial. Estas transferem-se para a
economia, visto que as empresas, atualmente, têm mais preocupações além do
lucro e da ética. Juntam-se à equação os
valores ambientais, que vão de mão dada com os valores éticos e morais. Medidas
como sacos feitos com materiais reutilizáveis ou até o pagamento dos mesmos, produtos
com menos plástico e redução das embalagens descartáveis, recibos digitais e o
não facilitismo à utilização das palhinhas nos refrigerantes são algumas das
medidas cada vez mais implementadas em empresas multinacionais.
A
importância desta temática é de tal forma consensual que as empresas ganham
posição no mercado através da confiança dos consumidores quando estabelecem
práticas ou políticas ditas “amigas do ambiente”. A este fenómeno dá-se o nome
de Marketing Verde ou Ecomarketing.
Trata-se de qualquer estratégia de marketing que se foca nos benefícios dos
produtos, como estes são produzidos ou da postura em geral da empresa em
relação ao meio ambiente. Se olharmos para as empresas com mais popularidade no
panorama atual, são empresas com consciência ecológica que, por exemplo, na sua
atividade eliminaram os testes em animais (“Cruelty free”), utilizam energias
renováveis e materiais recicláveis.
Contudo,
não são só as empresas que juntam esforços para vivermos num planeta melhor.
Portugal e mais 162 países estiveram presentes na mais recente cimeira pelo clima,
em Paris, onde se debateram as propostas para que os objetivos de 2015 fossem,
efetivamente, alcançados. Um dos principais objetivos propostos nesse ano foi a
neutralização das emissões de dióxido de carbono (CO2) em cada país,
ou seja, não produzir mais gases de efeito estufa do que aqueles que
conseguirem absorver até 2050.
Mas
voltando aos efeitos que esta problemática tem na economia, é importante
perceber-se quais as indústrias mais afetadas. A insegurança das populações
quanto às catástrofes naturais, causadas pelas alterações climáticas, provocam
danos, por exemplo, em indústrias como a do turismo e das seguradoras. Em
relação ao turismo, o aumento da temperatura faz com que os postos de turismo, onde
os desportos radicais praticados na neve são a principal atração, fiquem
prejudicados. Já no que toca à indústria das seguradoras, o aumento da frequência
de catástrofes naturais tem causado, naturalmente, um maior número de
sinistros. E qual o impacto disto na indústria? Nos últimos 10 anos, as
seguradoras portuguesas indemnizaram cerca de 600 milhões de euros devido a
inundações, tornados e incêndios. Com o aumento do número de ocorrências, as
seguradoras viram-se obrigadas a tomar uma posição aumentando o valor cobrado
pelos prémios de seguro ou, até mesmo, a diminuição da cobertura que os mesmos
oferecem no que ao património diz respeito.
Em
jeito de conclusão, parece-me pertinente citar António Guterres: “Estamos em
risco de perder a corrida”. Mas o que quer afinal dizer Guterres com esta
afirmação? Bem, o sentido da mesma é que alterações climáticas estão a ocorrer
a uma velocidade mais elevada do que as medidas para travar o aquecimento
global. Concordo em absoluto com esta afirmação feita pelo secretário-geral da
ONU, na medida em que se deve reforçar o esforço feito para que, no final de
contas, seja o planeta a ganhar esta corrida.
Mariana da Costa Lopes de Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Mariana da Costa Lopes de Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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