O cenário actual leva-nos a reflectir bastante quanto à eficiência da
repartição de rendimentos. No seio da crise em que vivemos, assistimos
diariamente à “criação” de um fosso, cada vez maior, entre a classe alta e a
classe baixa, ao mesmo tempo que a classe média se extingue.
Portugal é, hoje, um dos dez países da União Europeia com maior risco de
pobreza, com uma taxa de pobreza superior à média da UE, que está fixada nos
16%. Para além disso, temos a “terrível” situação de um quinto dos portugueses
viver com menos de 360 euros por mês. Para um país considerado desenvolvido,
estes números são bastante preocupantes, uma vez que, através deles, podemos
concluir que existem famílias incapazes de pagar a sua alimentação, a renda de
casa, as contas, entre outras despesas essenciais.
A piorar a situação vem a falta de qualidade do sistema de segurança
social. Apesar dos impostos pagos pela população, o sistema em questão não
consegue proporcionar o mínimo a que se tem direito, como uma boa escola
pública, uma esquadra da polícia e um bom centro de saúde, isto tudo perto de
áreas de residência com grande concentração populacional.
A crise, no entanto, não é má para toda a gente e é aqui que verificamos
a desigualdade na repartição de rendimentos. Já todos, de certeza, ouvimos
alguém dizer “Os ricos estão cada vez mais ricos!“, o que tem um grande fundo
de verdade pois as taxas de imposto aplicadas sobre os “ricos“ pouco diferem
das que são aplicadas aos “pobres”, fazendo com que os “ricos” não notem a
carga fiscal da mesma maneira, o que consequentemente faz com que o “ricos”
disponham de um rendimento disponível mais elevado.
Esse mesmo rendimento disponível será utilizado em investimentos que
farão o rendimento dos “ricos” aumentar, o que fará com que os níveis de
desigualdade aumentem.
João Emanuel
Cardoso Moça
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