Numa altura
que se fala tanto em crise, aumento de impostos e redução de salários, isto é,
uma redução substancial dos rendimentos disponíveis, a taxa de poupança das
famílias portuguesas aumentou!
Assim, e de
acordo com o Instituto Nacional de Estatística e ao contrário do que era
esperado, as famílias portuguesas têm poupado nos últimos tempos, ou seja, a
taxa de poupança das famílias aumentou para 10,9% no início de 2012, o que
indica um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior.
Com os cortes
salariais observados nos últimos dois anos, a tendência das famílias
portuguesas tem sido de diminuir o consumo, por forma a controlar melhor o
rendimento disponível e na perspectiva de que o nível de vida possa vir a
agravar, observou-se um aumento considerável das poupanças, optando por
investir em depósitos bancários para poder obter algum tipo de retorno.
No entanto,
apesar da taxa de poupança ter sido a mais elevada desde 2003, estes valores
percentuais ainda são reduzidos em comparação com os valores observados no
resto da Europa, que rondam os 13,9%.
Podemos também
constatar que o aumento observado, tem problemas de assimetria, pois, segundo o
mesmo estudo feito pelo INE, quase 90% das poupanças é gerada por apenas 20%
dos agregados familiares e, por outro lado, para um terço das famílias, o saldo
é negativo, gastando mais do que aquilo que ganham. Mostrando assim que o que é
poupado ainda é reduzido, não salvaguardando um futuro próximo. Não nos podemos
esquecer que o objectivo das referidas poupanças é tentar garantir um futuro
estável.
Estes dados
observados pelo INE, surpreenderam o Governo, dado que, com menos dinheiro
disponível esperava-se uma diminuição das poupanças. Assim o Governo não
conseguiu o aumento de receita fiscal esperado e terá que reformular as metas a
atingir, perante os novos dados das poupanças.
Será que estas
poupanças, embora em percentagem baixa, transmitem a ideia de que os
portugueses poderiam ser tributados com mais impostos? É o que nos leva a
pensar depois de ouvirmos o presidente do BPI dizer que os portugueses aguentam
mais impostos!
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