O
rendimento mínimo é um fator de grande relevância e que influência fortemente a
economia de um país, tal como a qualidade de vida da sua população. Por esse
motivo achei pertinente trazer este tema com a análise das respetivas vantagens
e desvantagens.
Grande
parte dos países europeus apresenta um rendimento mínimo, ou seja, o valor
mínimo legal que o empregador pode pagar como forma de remuneração pelo
trabalho do mesmo e que foi implementado em Portugal em 1974. Em 2018, segundo
a Pordata, a percentagem de portugueses que trabalham por conta de outro e
aufere o rendimento mínimo rondava os 22,1% e também, entre 2014 e 2020,
verificamos um aumento de 150€. Porém, comparando com os restantes países da EU,
podemos denotar que Portugal é um dos que apresenta o salário mínimo mais baixo,
sendo que no topo da tabela está o Luxemburgo com um salário mínimo nacional a
rondar os 2142€, que compensa o elevado custo de vida local.
Além
de Portugal apresentar um baixo SMN, o seu aumento pode prejudicar pequenas e
médias empresas que vão pagar mais pelo mesmo serviço. Perante isto, existem
duas hipóteses: ou as empresas aumentam os preços dos seus bens ou existe o
colapso dessas empresas, posto que muitas delas já estão a passar dificuldades
devido à crise sanitária. Logo, o aumento do SMN pode levar ao aumento do
desemprego, principalmente em pessoas com menos qualificações, tal como é
descrito num artigo de João Cerejeira, Fernando Alexandre, Pedro Bação, Hélder
Costa e Miguel Portela: "a subida do salário mínimo induz a empresa a
investir mais em capital, e também a substituir menos qualificados por
trabalhadores mais qualificados, dado que o preço relativo entre uns e outros
se altera", pois já que tem de pagar mais prefere pagar a pessoas que lhe
possam trazer mais retornos e aumentar os seus lucros.
Normalmente,
o aumento do SMN leva ao aumento do consumo, todavia este ano tal não deve
verificar-se devido aos momentos de incerteza que vivemos, visto que as pessoas
vão ter mais incentivos para a poupança. Este aumento podia ser benéfico para
quem o aufere, porém, penso que existem medidas que possam ser mais efetivas
pois os aumentos dos salários são reduzidos e por vezes acompanhados de
aumentos nos impostos.
Em
suma, penso que não deveria existir um aumento do salário mínimo nacional,
tanto por prejudicar pequenas e médias empresas, que representam grande parte
das empresas portuguesas, mas também por os seus efeitos serem uma incógnita.
Carla Oliveira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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