Num estudo de 2018, a Google e a Boston Consulting Group (BCG) estimaram que os negócios online em Portugal representavam 9 mil milhões de euros, isto é, cerca de 5% do PIB Português. Este valor encontra-se abaixo da média dos restantes países europeus, onde o comércio digital representa aproximadamente 8%.
Fonte: Eurostat
As compras online continuam a aumentar na União Europeia, juntamente com a expansão
do uso da internet e a melhoria dos padrões de segurança da mesma. Os
consumidores também apreciam a possibilidade de fazer compras a qualquer hora e
em qualquer lugar, com o acesso a um vasto de leque de produtos e a facilidade
de comparação de preços.
Durante a pandemia do coronavírus, com as
lojas físicas fechadas e com as restrições face à proximidade entre cidadãos, é
expectável que o e-commerce vá aumentar cada vez mais. Cerca de 60% da
população da União Europeia com as idades compreendidas entre os 16 e 74 anos
efetuaram compras online durante o
ano de 2019, uma ligeira subida face aos 56% registados em 2018, e um aumento
de quase o dobro face aos 32% em 2009.
A faixa etária com o maior aumento na
realização de compras online está
entre os 25 e 34 anos, um aumento de 46% em 2009 para 79% em 2019.
Face aos membros da União Europeia, os
países que registam um volume de negócios mais elevado no comércio online são a Dinamarca, a Suécia, a
Holanda e a Alemanha.
A pandemia veio revolucionar o
comportamento dos consumidores e como tal as empresas devem ser capazes de se
adaptar, caso contrário vão perdendo o seu valor. De acordo com uma análise do
Group M – que agrega o grupo de agências de meios da WPP -, os portugueses
passam mais 62% do seu tempo na internet.
Em Portugal, segundo o estudo da Group M,
em abril, estimou que o efeito da pandemia gerou um acréscimo nas vendas online de cerca de 60% face aos valores
de 2019. Durante o período de crise pandémica, a Sociedade Interbancária de
Serviços (SIBS) anunciou que o valor médio das compras online aumentou 18%.
Estamos perante um cenário em que as
empresas sem um canal de e-commerce competente viram o seu volume de
negócios ser prejudicado pela nova metodologia utilizada face à situação
pandémica. Para as empresas portuguesas, o crescimento online deixou de ser uma opção e passou a ser um mecanismo
determinante para estabelecer relações com os seus consumidores. Estudos mais
recentes realizados pela BCG mostram que, após o período de confinamento, vai
existir um grupo de consumidores que vão optar pelas compras online em vez de se deslocarem às lojas
físicas.
Através do comércio digital é possível
obter inúmeras oportunidades de compra em milhares de lojas em todo o mundo.
Isto é, com o aumento de oportunidades, vai existir um aumento da sua competitividade
de forma drástica.
Apesar da queda de muitos setores, o setor
retalhista é dos que pode tirar mais proveito desta mudança de paradigma. De
modo a aproveitar este crescimento, as empresas vão ter que se adaptar e é
necessário uma resposta logística relacionada com os mecanismos utilizados na
venda dos seus produtos, tais como a gestão de inventários, a sua distribuição
e ainda devem utilizar ferramentas analíticas que sejam capazes de prever os
níveis de procura de modo a assegurar a sua capacidade de resposta.
As empresas enfrentam também um novo
desafio no mundo digital onde a experiência do consumidor é fulcral para o seu
negócio. Assim, para que a empresa consiga ter sucesso em reter o consumidor de
modo a este efetuar alguma compra, a empresa deve procurar oferecer uma
experiência de primazia através de um design
simples e intuitivo, tempos de processamento rápidos e com várias alternativas
de pagamento.
Em suma, a situação pandémica atual exige
uma presença sólida no comércio online,
e pode agora atingir valores que justificam a aposta no mundo online muito mais atrativa do que até
agora. As empresas que pretendam aumentar ou mesmo manter a sua competitividade
devem procurar aumentar os seus negócios online
e oferecer aos seus consumidores a melhor experiência possível.
João
Davide Figueiredo Martins
Bibliografia
https://ec.europa.eu/eurostat/web/products-eurostat-news/-/DDN-20200420-2
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