De acordo com o relatório Global Health and Aging, apresentado pela World Health Organization (WHO), estima-se que o número de pessoas com mais de 65 anos cresça de 524 milhões em 2010 para cerca de 1,5 biliões em 2050, com a maior parte deste crescimento a vir dos países em desenvolvimento.
Em 2050, prevê-se
que o número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos seja bastante
superior ao de crianças com menos de 5 anos.
Acerca de 100 anos as pessoas viviam, em média, até
aos 30 anos. Em 2020, a esperança média de vida é de 73,2 anos. As mulheres em
Hong Kong e no Japão vivem mais que qualquer outra pessoa no mundo, com uma
esperança média de vida de cerca de 88 anos. Na Nigéria e Serra Leoa, por outro
lado, homens e mulheres vivem, em média, cerca de 55 anos.
De acordo com o Berlin Institute of Population and Development, populações pertencentes a regiões predominantemente ricas vivem, em média, mais 17 anos que aqueles que vivem em África.
A composição e dimensão de uma população é determinada
por três fatores demográficos: natalidade, mortalidade e migração. Como
referido anteriormente, a esperança média de vida tem aumentado
substancialmente desde 1950. Isto pode ser explicado pelo progresso tecnológico,
melhores condições de vida, maior educação e rendimentos, maior acesso a
cuidados de saúde, entre outros. Por outro lado, as taxas de natalidade têm
diminuido. Esta diminuição pode ser explicada pelo maior nível educacional
(especialmente das mulheres), a diminuição da taxa de mortalidade infantil, a
urbanização, métodos contracetivos mais acessíveis e baratos, entre outros.
Embora estes dois fatores sejam os principais
causadores do envelhecimento populacional, a migração internacional é também um
determinante importante. Em países com elevados fluxos de imigração, o processo
de envelhecimento populacional pode ser abrandado temporariamente, uma vez que
os imigrantes tendem a ser mais jovens.
Por exemplo, no caso dos EUA o envelhecimento populacional
é mais lento que o dos seus parceiros comerciais na Europa e Ásia. Isto
acontece porque os EUA é o país com o maior número de imigrantes (cerca de 50
milhões). Estes imigrantes contribuem para o aumento das taxas de natalidade.
Entre 1960 e 2005, os imigrantes e seus descendentes constituíam 51% do
crescimento populacional nos EUA. Entre 2005 e 2020, constituirão 82% desse
crescimento.
As implicações económicas e sociais do envelhecimento
populacional estão a tornar-se cada vez mais presentes, com problemas como a
diminuição da população ativa, o aumento dos custos de cuidados de saúde,
dificuldade em pagar pensões, entre outros.
O rápido envelhecimento populacional implica um menor
número de pessoas a participar na força laboral. Isto leva a uma escassez na
oferta de trabalhadores qualificados. Esta situação provoca o declínio da
produtividade, maiores custos com o fator trabalho, lenta expansão dos negócios
e reduzida competitividade internacional.
Para compensar, muitos países consideram a imigração
como solução para “abastecer” as suas forças de trabalho. A Austrália, o Canadá
e o Reino Unido são exemplos de países que mais atraem imigrantes com elevadas
competências.
Ainda, uma vez que a procura de cuidados de saúde
aumenta com a idade (prevalência de doenças crónicas), países com um
elevado envelhecimento populacional
precisam de alocar mais dinheiro e recursos aos sistemas de saúde. Isto é
difícil de fazer uma vez que a despesa em saúde como % do PIB já é muito
elevada nos países desenvolvidos.
Para além disto, o sistema de cuidados de saúde também
apresenta problemas de falta de profissionais, aumento da procura de cuidados
domiciliários e a necessidade de investir em novas tecnologias.
Outro problema é que países com populações mais
envelhecidas dependem da força laboral para pagar impostos, de modo a financiar
os custos com a saúde, as pensões, etc.
Algumas soluções para o envelhecimento populacional são:
a imigração, como já referi; um sistema de reforma gradual, onde as pessoas
diminuem as horas de trabalho, mas permanecem na população ativa e a pagar
impostos (diminuem também as despesas com pensões); e promover e recompensar o
trabalho voluntário e artístico entre idosos.
Estas atividades melhoram a qualidade do tecido social, contribuem para o bem-estar dos seus participantes, favorecem a economia e reduzem os custos de saúde, uma vez que, prevenindo o isolamento social, as pessoas apresentam taxas mais baixas de deterioração física e mental.
Ana Amorim Marques
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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