Todos concordamos que a
ascensão dos robots e das máquinas no
mundo do trabalho é clara, mas será que temos noção do quão rápido este
fenómeno está a acontecer, como isso nos irá afetar e que vantagens e desvantagens
trará? Será que o COVID-19 veio acelerar ou abrandar este processo?
Em 2019, o país com
densidade robótica mais elevada foi claramente a Coreia do Sul, como podemos
comprovar na figura abaixo, sendo que o país que lidera a corrida europeia é a
Alemanha. Este processo de robotização está cada vez mais acelerado nos países
desenvolvidos (como é o caso dos países europeus). É de notar que os robots e a maquinaria “inteligente” vêm
substituir, maioritariamente, os trabalhadores que desenvolvem atividades
manuais, isto é, cargos em que a educação superior não é necessária e que as
qualificações requeridas são mais baixas.
Imagem 1- Os países com niveis mais
elevados de trabalhadores robot. Retirado do portal "statista".
Este fenómeno está a
avançar a um ritmo absolutamente alucinante, sendo que, segundo o “World
Economic Forum”, em 2025, metade dos postos de trabalho das empresas inquiridas
neste estudo serão ocupados por robots.
É de salientar que as empresas inquiridas empregam um total de 8 milhões de
trabalhadores.
Embora os avanços
tecnológicos sejam uma conquista para a Humanidade, as desvantagens podem ser
catastróficas uma vez que esta redução nos postos de trabalho (e o
desaparecimento de algumas profissões) levará a que um número elevado de
pessoas fique no desemprego. Como referido anteriormente, as pessoas empregadas
nestes postos têm poucas qualificações, o que desencadeia um problema ainda
mais preocupante. Alguns economistas consideram, ainda, que este processo não
trará problemas de maior mas exigirá uma forte capacidade de adaptação ao novo
mundo. Mundo este que será feito de inovação, criatividade e comunicação, levando
a que empregos em áreas regidas por estas máximas não sejam tão facilmente
perdidos (“Perhaps future workers won't get a job — they'll create their own” (In
Will robots steal our jobs?- World
Economic Forum). As vantagens são bastante óbvias: a redução dos erros humanos,
a maior produtividade, os baixos custos com mão-de-obra, possibilidade de
produção 24h, menor número de acidentes no trabalho, maior precisão e repetibilidade
e menor tempo de produção, entre outras.
A pandemia mundial veio,
sem qualquer margem para dúvida, acelerar este processo de automação industrial
uma vez que, face a esta nova realidade, muitas empresas viram-se obrigadas a
despedir alguns dos seus empregados e a procurar novas soluções que reduzissem
os custos. Assim, podemos afirmar que, fruto da pandemia, todas as desvantagens
produzidas pela substituição de pessoas por robots
estão a ser acentuadas e que as desigualdades no mercado de trabalho e os
retrocessos a nível mundial são notórios.
Pode concluir-se que,
apesar deste ser um tema bastante atual e controverso, os empregos em áreas
qualificadas estarão, à partida, menos expostos a um possível desaparecimento.
Já os postos de trabalho de pessoas com baixo nível de escolaridade e em
particular, os ligados à produção e outras indústrias poderão desaparecer,
diminuir o número de pessoas necessárias para os desempenhar ou ser
completamente reestruturados.
Bárbara
Fernandes Pontedeira
Referências:
·
https://www.statista.com/chart/13645/the-countries-with-the-highest-density-of-robot-workers/
· https://www.weforum.org/agenda/2019/08/the-robots-are-coming-but-take-a-breath
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário