Ao contrário do que
acontece na grande maioria dos países europeus, incluindo Portugal, os Estados
Unidos da América apresentam um sistema de saúde maioritariamente privado, no
qual, com a exceção de alguns idosos, pessoas com deficiência e famílias com
baixos rendimentos, todos devem ser portadores de um seguro/plano de saúde,
visto que, caso sejam tratados em contexto de emergência e não o tenham, serão
responsabilizadas por todos os gastos médicos. No entanto, visitas médicas e
alguns pagamentos extra, consoante o tratamento a que forem sujeitos, não são
cobertos pelo seguro referido. Em alguns casos, o plano de saúde pode alcançar
os 1.168 dólares por mês, para uma família. Este valor pode variar no espaço,
sendo que algumas cidades maiores apresentam valores para os planos de saúde
mais elevados do que aqueles para pessoas que habitam em cidades menores.
Normalmente, as pessoas
conseguem ter acesso a um plano de saúde através do seu empregador, podendo
este cobrir parte do plano ou a sua totalidade, ficando a cargo do indivíduo
alguns custos extraordinários, ou, no caso das crianças, ter esse benefício ao
estarem matriculadas numa escola.
Por outro lado, os
sistemas de saúde públicos apresentam algumas diferenças. Nestes não é
necessário obter um plano ou seguro de saúde, pelo que teremos acesso a
consultas e tratamentos onde apenas teremos de pagar um valor simbólico, tal
que o valor é comparticipado em parte pelo Estado, podendo ser total para
alguns casos, como o de alguns reformados e doentes crónicos. Através deste
sistema, procura-se a promoção da saúde pública e melhoria da saúde dos indivíduos
constituintes do sistema. As pessoas podem optar por escolher o setor privado
da saúde, quando assim o pretenderem. A equidade do sistema de saúde é
promovida pela comparticipação do Estado, onde as famílias com menores
rendimentos irão ser mais ajudadas.
Após uma análise teórica
dos sistemas de saúde, como o americano e o público (tipicamente europeu),
concluo que, em comparação, uma família “normal”, que não tenha graves
problemas de saúde, tem muitos mais gastos num sistema privado do que num
sistema público. Ou seja, na minha opinião, nos países onde os rendimentos são
maiores, não se torna tão necessária a existência de um sistema de saúde
público tão difundido dentro da população, pelo que as pessoas terão mais
capacidade de sustentar as suas despesas, especificamente no setor da saúde,
tal como acontece nos E.U.A.. Por outro lado, Portugal, por ter uma população
mais envelhecida e não ser um país com rendimentos médios elevados, a qualidade
dos serviços de saúde prestados não seria acessível à grande maioria da
população portuguesa. Desta forma, faz todo o sentido que o sistema de saúde em
Portugal seja maioritariamente público. Por outro lado, caso o sistema de saúde
passasse a ser na sua maioria privado, o Estado iria incorrer em menos
despesas, o que poderia ajudar a equilibrar as contas públicas, no entanto, a
população iria ficar mais desfavorecida economicamente, pelo que mais gastos iriam
recair sobre os agentes individuais. Por outro lado, a saúde pública, que advém
da saúde individual iria ficar mais frágil, uma vez que as pessoas iriam
desvalorizar os seus sintomas e a sua condição pessoal, pelos maiores gastos
que iriam ter de sustentar, o que ultimamente iria revelar-se pior para um país
como Portugal.
Diogo Araújo
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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