Atrelado ao término do ensino secundário
vem também uma forte pressão e exigência que nos obriga a dar um rumo à nossa
vida. Muitos optam pelo seguro, enquanto outros seguem outro caminho
relacionado com gostos ou interesses pessoais. Mas a verdadeira questão que se
coloca é: vale a pena tanta imposição e estratégia?
Hoje em dia, vemo-nos cada vez mais
obrigados a concluir uma licenciatura e, por vezes, até mesmo a ter de complementar
com mestrado ou outro tipo de pós-graduação para, desta maneira, ser possível a
entrada no mercado de trabalho e ter um emprego digno, que nos permita não
apenas sobreviver mas sim construir uma vida.
Dados fornecidos pela base de dados
PORDATA evidenciam uma ténue descida no nível de desemprego nos jovens no ano
de 2019, porém, são valores elevados e superiores aos obtidos até ao ano de
2008. No passado ano de 2019, verificou-se uma taxa de desemprego jovem de 18,3%,
o que, segundo esta fonte, significa que nos últimos anos tem sido difícil para
os jovens entrar no mercado de trabalho. De modo a complementar estes dados,
apresenta-se ainda, na mesma base de dados, uma estatística relativa ao nível
de desemprego por grau de escolaridade, do qual se conclui que aumentando o
grau académico passamos a estar expostos a uma menor probabilidade de
desemprego, contudo existente. No mesmo ano de 2019 observou-se também uma taxa
de desemprego para a população com nível de educação superior de cerca de 5,3%,
valor este que, mesmo inferior aos valores apresentados nos graus inferiores, é
maior do que valores observados em anos prévios.
Por outro lado, e contextualizando agora
com uma perspetiva mais atual, encontra-se um texto publicado por Beatriz
Ferreira no OBSERVADOR, a 31 de agosto de 2020, referente ao desemprego jovem
numa situação de pandemia de Covid-19, a qual, na perspetiva da autora “atirou
a taxa para valores de há três anos”, alcançando assim os 25,6%. Tal quer dizer
que um em cada quatro jovens entre os 15 e os 24 anos encontra-se desempregado.
No texto em causa refere-se ainda a possibilidade de ver este valor aumentar
uma vez que se acredita que as ofertas de trabalho por parte das empresas mais
fragilizadas serão menores e, vendo-se estas obrigadas a cortar no pessoal face
a grandes perdas financeiras, os jovens são aqueles que enfrentarão maior risco
devido a uma menor experiência comparativamente aos funcionários que já entregavam
a empresa.
Do que foi dito conclui-se que cada vez mais
se evidência uma forte pressão em seguir estudos superiores e complementar os
mesmos com outros graus relativamente a anos passados nos quais uma
licenciatura, ou até mesmo o ensino secundário, eram mais que suficientes para
“ser alguém na vida”. Cada vez mais nos vimos obrigados a dar mais um passo em
frente, mesmo estando, continuamente, sujeitos ao desemprego. Uma licenciatura
não é uma garantia de futuro. A população jovem tem, ainda, um longo caminho
pela frente, o qual, aos poucos, vai sendo alcançado, pois mesmo tendo tudo
isto em conta, nós, os jovens somos o FUTURO DA SOCIEDADE!
Maria João Silva Santos
Fontes utilizadas:
·
https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+desemprego+total+e+por+grupo+et%C3%A1rio+(percentagem)-553
· https://observador.pt/2020/08/31/pandemia-esta-a-fazer-disparar-o-desemprego-jovem/~
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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