Os
principais problemas sociodemográficos: o declínio da fecundidade e o
envelhecimento e as soluções - o rejuvenescimento e a valorização.
“Estamos cada vez mais velhos, e
a população mais nova da Europa (...) envelheceu rapidamente”. Com efeito,
Portugal é vítima de um processo que se chama de duplo envelhecimento, que é,
por um lado, caraterizado pela diminuição da proporção de jovens na sociedade
portuguesa e, por outro, pelo aumento da camada idosa do país. Porém, a questão
surge, qual o fator impulsionador deste inverno demográfico?
Parece
claro que o primeiro culpado a apontar seja o fenómeno do declínio da
fecundidade portuguesa, promovido, entre outros, pela evolução cultural e papel
da mulher no mercado de trabalho, e pelo crescente sentimento de instabilidade experimentado
pelos portugueses, motivado pelas passadas crises financeiras deste século e do
anterior. Como principais e imediatas consequências podem ser enumeradas a
diminuição da população ativa e, por causa-efeito, a diminuição das receitas da
segurança social através dos impostos. No longo prazo, é possível colocar em
causa a própria renovação das gerações.
O segundo
tópico a focar neste espectro social, é o do contínuo e prolongado
envelhecimento das camadas mais idosas, uma consequência das melhorias da
qualidade de vida, trabalho e saúde. Resultante deste fenómeno, advém a diminuição
da capacidade inovadora portuguesa, e o aumento das despesas da segurança
social com o pagamento de pensões e reformas, com assistência médica e com
lares ou centros de dia.
Estes dois
problemas podem conduzir à falência do atual sistema de segurança social e pôr
em causa a continuidade do Estado Providência. Assim, é urgente encontrar um
novo modelo de financiamento da Segurança Social ou adotar medidas que possam
contribuir para o aumento da taxa de natalidade. É
ainda de notar que as regiões que poderão ter mais problemas sociodemográficos
são as que registam o índice de dependência de idosos mais elevado e o de
dependência jovem mais baixo e, na generalidade, correspondem às regiões do
interior.
Assim, o esforço dos contribuintes aumenta e tenderá a agravar-se caso não se registe um aumento da natalidade. Deste modo, o rejuvenescimento da população é fundamental para minimizar as consequências do envelhecimento português.
Apesar de muitos considerarem que
Portugal não tem uma verdadeira política de incentivo à natalidade, passos têm
sido dados para contrariar tal tendência, tais como: a diminuição do IMI por
parte de algumas Câmaras Municipais às famílias numerosas; atribuição de
subsídios por cada nascimento e alargamento da licença de parentalidade, entre
outras. Porém, quando comparadas com as medidas impostas pelos países vizinhos,
as portuguesas apresentam-se como sendo poucas e pobres. Olhando para este
panorama, uma nova questão surge - onde estará Portugal daqui a 30 anos?
Mariana Rodrigues de Miranda Castro Coelho
[artigo de opinião produzido no
âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do
curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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