domingo, 25 de março de 2012

Energias renováveis – uma alternativa séria

Como é do conhecimento geral, Portugal atravessa uma fase extremamente complicada devido às grandes dificuldades que enfrenta económica e socialmente. Tal como na maior parte dos países europeus estão a ocorrer cortes significativos no investimento público, no caso português já forçosamente pelo União Europeia. Os governos têm aumentado as suas receitas fiscais e sobrecarregando os seus cidadãos com os impostos. Em Portugal, temos assistido à implementação de várias reformas nos diversos ministérios de forma a potencializar os nossos recursos públicos e diminuir os desperdícios de dinheiro que existem.
A inovação, criatividade, o empreendorismo e o espirito de iniciativa com ideias originais, são algumas das chaves para ajudar a combater a crise e ajudar o nosso país a ultrapassar a crise juntamente com as medidas do governo. Contudo, penso que Portugal tem que investir mais no que toca à protecção do comércio nacional de forma a melhorar a sua balança comercial. A meu ver, combater o défice da balança comercial, reduzindo significativamente a dependência externa é uma parte primordial para a saída da crise. Assim, Portugal deveria promover e explorar os seus recursos para diminuir o seu consumo externo (importações).
O nosso país pode estar condicionado no que toca à sua localização, dado que se encontra num extremo da Europa, onde só faz fronteira com um país, mas não está condicionado no que toca aos recursos naturais que abundam no nosso país.
É certo que em Portugal não existem determinados recursos que são os mais valorizados economicamente e necessários numa sociedade, como são os recursos fósseis (nomeadamente o petróleo), mas usufrui de diversos recursos naturais renováveis que lhe iriam permitir a diminuição da dependência da indústria petrolífera.
Uma forma de diminuir o défice existente da balança comercial seria inicialmente reduzir a importação de energia (que pesa cerca de 15% na Balança Comercial, o que equivale a cerca de 4% no nosso PIB) e esta redução na importação de energia seria ajudada com a diminuição da despesa nos recursos fósseis, nomeadamente na importação de petróleo.
A factura energética de Portugal seria de uma forma notória reduzida se Portugal se virasse para a exploração e produção de energia. Apesar do desenvolvimento desta fonte de energia alternativa ser inicialmente dispendiosa, mas poderia trazer uma mais-valia, tanto para as gerações presentes, como para as gerações futuras do nosso país.
Portugal pode-se dar ao luxo de ser um país que dispõe de uma vasta zona costeira, podendo explorar fortemente os recursos hídricos, de excelentes condições para a exploração da energia eólica, entre outras energias tais como a energia solar. Portugal tem investido muito no desenvolvimento na exploração destes recursos, mas este investimento deve ser ajustado e controlado de forma a que haja uma maior eficácia na aplicação dos recursos monetários para que haja retornos reais na nossa economia. Um dos exemplos é relativamente ao aproveitamento da energia solar, Portugal na União Europeia é o 3º país com maior disponibilidade de radiação solar, contudo é apenas o 10º no que toca ao aproveitamento desta energia.
Reforço a minha ideia de que Portugal tem obrigatoriamente de começar a reduzir custos e esta aposta/implementação nas energias renováveis tem que ser encarada como uma alternativa para reduzir a energia que é importada, representando 80% da energia consumida (onde o petróleo representa cerca de 64% do consumo de energia primária).
Com este artigo, pretendo afirmar que é importante frisar a diferença que terá no futuro o desenvolvimento e a implementação em todo o país deste sector.
É de destacar que Portugal, principalmente desde de 2007, tem feito uma forte aposta na produção de energia eólica onde de momento é sexto no ranking europeu na produção desta energia, e tinha em vista, caso as condições portuguesas fossem mais favoráveis, a construção de 10 novas barragens. Mas o nosso país tem hipótese de poder rivalizar com as grandes potências económicas num sector de produção, e de também se colocar na vanguarda do desenvolvimento sustentável com base na exploração de energias alternativas, pois encontra-se numa posição privilegiada para que possa ser dos primeiros a conseguir diminuir a dependência energética em fontes de energias não renováveis, e contribuir consequentemente para o melhoramento da balança comercial e da própria economia portuguesa.

Wilson Olívio Pereira Barbosa Santos 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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