segunda-feira, 12 de março de 2012

Internacionalização: sim ou não?

A internacionalização das empresas nacionais é uma dinâmica recente, muito evocada nos últimos anos, a qual assume uma importância fulcral para a competitividade das empresas. A liberalização dos mercados internacionais fez com que o nosso país ficasse mais exposto a novos produtos e serviços, bem como a produtos concorrentes, muitas vezes oferecidos a preços mais baixos (veja-se o exemplo dos produtos oferecidos pelas lojas chinesas). Atribui-se assim à internacionalização um papel fundamental para a competitividade das empresas nacionais, com o intuito de se alcançar o bom funcionamento da economia, mantendo estas empresas no ativo. As PME’s assumem aqui um papel muito importante.
Para além do bom funcionamento da economia, existem outros motivos que levam as empresas a incluir a internacionalização no seu percurso. Assim, a procura de recursos naturais, novos mercados e alcance de maior eficiência são alguns desses exemplos. A inovação das empresas nacionais, assume também um papel importante, veja-se o caso da Renova, Amtrol-Alfa, Aquinos, FiberSensing, entre muitos outros.
Mas será este um processo fácil? Muitos autores sugerem um processo progressivo sendo a exportação para o mercado para o qual se internacionaliza, um dos passos mais comuns prévios à internacionalização, permitindo assim o conhecimento do mercado. As redes sociais assumem também um papel importante no contacto inicial com novas empresas e novos mercados, sendo um passo inaugural para uma posterior solidificação de relações. Existem também instituições que facilitam este processo, intervindo quer a nível financeiro, quer a nível fiscal, quer também a nível de apoios informativos, como é o caso da AICEP, AIP-CCP e IAPMEI. A promoção de contactos bilaterais através de exposições, feiras e divulgação de empresas nacionais é também um factor que potencia uma internacionalização mais vantajosa. Um outro apoio importante é o facto de muitas vezes o país de destino oferecer incentivos positivos à abertura de novas empresas no seu território.
Os PALOP e os BRIC assumem alguma preferência como países de destino das empresas portuguesas. O país vizinho é também um país de preferência de muitas das empresas que se aventuram no complexo processo de internacionalização, uma vez que sendo um mercado semelhante ao Português e pela proximidade pode traduzir-se num processo com menos riscos.
No entanto, nem sempre esta aventura se traduz em resultados positivos. A redução do nível de exportação para o país para o qual a empresa se internacionalizou, a baixa qualidade dos recursos humanos a nível de competências comportamentais, liderança, desenvolvimento e gestão, poderão condicionar o sucesso da internacionalização de uma determinada empresa. A má programação poderá levar a um abismo e a um colapso da própria empresa dentro e fora de portas, pois o financiamento cada vez mais difícil e os erros de abordagem poderão ter consequências devastadoras.
Assim torna-se importante que seja feito um estudo prévio à tomada de decisão, no sentido de analisar as reais necessidades da empresa bem como a viabilidade do projeto, diminuindo em certa medida os riscos de um possível insucesso.                   
Concluindo, a internacionalização é cada vez mais uma estratégia pela qual as empresas nacionais podem optar, no entanto, nem todas as empresas tem o background necessário para o fazer com sucesso.       

Patrícia Soares

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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