A
internacionalização das empresas nacionais é uma dinâmica recente, muito
evocada nos últimos anos, a qual assume uma importância fulcral para a
competitividade das empresas. A liberalização dos mercados internacionais fez
com que o nosso país ficasse mais exposto a novos produtos e serviços, bem como
a produtos concorrentes, muitas vezes oferecidos a preços mais baixos (veja-se
o exemplo dos produtos oferecidos pelas lojas chinesas). Atribui-se assim à
internacionalização um papel fundamental para a competitividade das empresas
nacionais, com o intuito de se alcançar o bom funcionamento da economia,
mantendo estas empresas no ativo. As PME’s assumem aqui um papel muito
importante.
Para
além do bom funcionamento da economia, existem outros motivos que levam as
empresas a incluir a internacionalização no seu percurso. Assim, a procura de
recursos naturais, novos mercados e alcance de maior eficiência são alguns
desses exemplos. A inovação das empresas nacionais, assume também um papel
importante, veja-se o caso da Renova, Amtrol-Alfa, Aquinos, FiberSensing, entre
muitos outros.
Mas
será este um processo fácil? Muitos autores sugerem um processo progressivo
sendo a exportação para o mercado para o qual se internacionaliza, um dos
passos mais comuns prévios à internacionalização, permitindo assim o
conhecimento do mercado. As redes sociais assumem também um papel importante no
contacto inicial com novas empresas e novos mercados, sendo um passo inaugural
para uma posterior solidificação de relações. Existem também instituições que
facilitam este processo, intervindo quer a nível financeiro, quer a nível
fiscal, quer também a nível de apoios informativos, como é o caso da AICEP,
AIP-CCP e IAPMEI. A promoção de contactos bilaterais através de exposições,
feiras e divulgação de empresas nacionais é também um factor que potencia uma
internacionalização mais vantajosa. Um outro apoio importante é o facto de
muitas vezes o país de destino oferecer incentivos positivos à abertura de
novas empresas no seu território.
Os
PALOP e os BRIC assumem alguma preferência como países de destino das empresas
portuguesas. O país vizinho é também um país de preferência de muitas das
empresas que se aventuram no complexo processo de internacionalização, uma vez
que sendo um mercado semelhante ao Português e pela proximidade pode
traduzir-se num processo com menos riscos.
No
entanto, nem sempre esta aventura se traduz em resultados positivos. A redução
do nível de exportação para o país para o qual a empresa se internacionalizou,
a baixa qualidade dos recursos humanos a nível de competências comportamentais,
liderança, desenvolvimento e gestão, poderão condicionar o sucesso da
internacionalização de uma determinada empresa. A má programação poderá levar a
um abismo e a um colapso da própria empresa dentro e fora de portas, pois o
financiamento cada vez mais difícil e os erros de abordagem poderão ter
consequências devastadoras.
Assim
torna-se importante que seja feito um estudo prévio à tomada de decisão, no
sentido de analisar as reais necessidades da empresa bem como a viabilidade do
projeto, diminuindo em certa medida os riscos de um possível insucesso.
Concluindo,
a internacionalização é cada vez mais uma estratégia pela qual as empresas
nacionais podem optar, no entanto, nem todas as empresas tem o background necessário para o fazer com
sucesso.
Patrícia
Soares
[artigo de opinião produzido no âmbito da
unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de
Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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