domingo, 18 de março de 2012

ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO PARA OS EMPREGOS DE AMANHÃ


Os dados relativos a 2010 mostram que o nível de formação ao longo da vida de Portugal se encontra abaixo da média comunitária, acompanhando países como a Itália ou a França e ficando bastante aquém das elevadas percentagens apresentadas por países nórdicos como a Finlândia, a Suécia e o Reino Unido.
A actual estratégia da UE passa por garantir uma formação profissional moderna e de qualidade, que permita dotar os trabalhadores dos diferentes Estados-Membros das competências necessárias para encontrar emprego, numa economia globalizada e em rápida mutação. Actualmente, cerca de 76 milhões de europeus em idade activa têm poucas ou nenhumas qualificações, enquanto cada vez mais ofertas de emprego exigem um certo nível de formação. Prevê-se que a necessidade de trabalhadores qualificados aumente ao longo da próxima década, o que significa que tanto os jovens como os adultos sem as competências adequadas terão mais dificuldades em encontrar emprego e, se o conseguirem, ganharão provavelmente menos do que os seus homólogos mais qualificados. A nova estratégia a favor da formação profissional adoptada pela UE tem então por objectivo dotar os trabalhadores actuais e futuros das competências técnicas gerais e específicas de que necessitarão numa economia moderna.
Esta estratégia passa por melhorar a qualidade da formação e do ensino profissionais, incentivar a criatividade e o espírito empresarial e facilitar a aprendizagem em todas as etapas da carreira académica e profissional. Esta tem igualmente por objectivo garantir que as pessoas oriundas de meios desfavorecidos, as pessoas com necessidades especiais e os trabalhadores mais velhos tenham o mesmo acesso à formação profissional que todos os outros e inclui um plano de acção destinado a canalizar os esforços dos governos nacionais e da UE ao longo dos próximos quatro anos. Pretende-se nomeadamente colaborar com as empresas na identificação dos défices de qualificações, aumentar o número de escolas profissionais, elaborar estratégias para estimular a formação no estrangeiro, sensibilizar para as vantagens da formação profissional, criar uma norma comum europeia em matéria de formação profissional e estudar meios de promover esta mesma formação.
A formação profissional pode também reforçar a competitividade e o crescimento económico da Europa. As empresas que pretendam competir a nível mundial poderão recrutar mais facilmente o pessoal de que necessitam se puderem escolher de entre uma mão-de-obra com as qualificações adequadas. Esta estratégia constitui a mais recente revisão do processo de Copenhaga, um plano mais vasto e a longo prazo, destinado a desenvolver os sistemas de ensino e formação profissionais na Europa.

 Telma Valdemar Azevedo da Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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