Os
dados relativos a 2010 mostram que o nível de formação ao longo da vida de
Portugal se encontra abaixo da média comunitária, acompanhando países como a
Itália ou a França e ficando bastante aquém das elevadas percentagens
apresentadas por países nórdicos como a Finlândia, a Suécia e o Reino Unido.
A actual
estratégia da UE passa por garantir uma formação profissional moderna e de
qualidade, que permita dotar os trabalhadores dos diferentes Estados-Membros das
competências necessárias para encontrar emprego, numa economia globalizada e em
rápida mutação. Actualmente, cerca de 76 milhões de europeus em idade activa têm
poucas ou nenhumas qualificações, enquanto cada vez mais ofertas de emprego
exigem um certo nível de formação. Prevê-se que a necessidade de trabalhadores
qualificados aumente ao longo da próxima década, o que significa que tanto os
jovens como os adultos sem as competências adequadas terão mais dificuldades em
encontrar emprego e, se o conseguirem, ganharão provavelmente menos do que os
seus homólogos mais qualificados. A nova estratégia a favor da formação
profissional adoptada pela UE tem então por
objectivo dotar os trabalhadores actuais e futuros das competências técnicas
gerais e específicas de que necessitarão numa economia moderna.
Esta
estratégia passa por melhorar a qualidade da formação e do ensino
profissionais, incentivar a criatividade e o espírito empresarial e facilitar a
aprendizagem em todas as etapas da carreira académica e profissional. Esta tem
igualmente por objectivo garantir que as pessoas oriundas de meios
desfavorecidos, as pessoas com necessidades especiais e os trabalhadores mais
velhos tenham o mesmo acesso à formação profissional que todos os outros e
inclui um plano de acção destinado a canalizar os esforços dos governos
nacionais e da UE ao longo dos próximos quatro anos. Pretende-se nomeadamente colaborar
com as empresas na identificação dos défices de qualificações, aumentar o
número de escolas profissionais, elaborar estratégias para estimular a formação
no estrangeiro, sensibilizar para as vantagens da formação profissional, criar
uma norma comum europeia em matéria de formação profissional e estudar meios de
promover esta mesma formação.
A
formação profissional pode também reforçar a competitividade e o crescimento
económico da Europa. As empresas que pretendam competir a nível mundial poderão
recrutar mais facilmente o pessoal de que necessitam se puderem escolher de
entre uma mão-de-obra com as qualificações adequadas. Esta estratégia constitui
a mais recente revisão do processo de Copenhaga, um plano mais vasto e a longo
prazo, destinado a desenvolver os sistemas de ensino e formação profissionais
na Europa.
Telma Valdemar Azevedo da Silva
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