sexta-feira, 30 de março de 2012

Euro: A moeda única Europeia

          O Euro é actualmente a moeda de 17 estados membros da União Europeia, tendo sido introduzido, numa primeira fase, a 1 de Janeiro de 1999. Neste primeiro momento foi utilizado como meio de pagamento através de transferências bancárias, começando a ser transaccionadas notas e moedas apenas dois anos depois, a 1 de Janeiro de 2002.
            Estrearam-se com a moeda única 12 países: Alemanha, França, Bélgica, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália, Países Baixos, Luxemburgo, Áustria e Finlândia. Foram precisos 5 anos para que entrasse um novo membro: a Eslovénia. No ano seguinte, em 2008, assiste-se á entrada de mais dois países: Malta e Chipre. E, por fim, entraram em 2009 e mais recentemente em 2011, Eslováquia e Estónia.
            Apesar de ser a moeda única Europeia, esta não é a moeda de todos os Estados Membros, pois a Dinamarca e o Reino Unido ajustaram uma opção de exclusão no Tratado de Maastricht que os dispensa de participarem na zona euro, enquanto os restantes novos Estados Membros ainda não preenchem as condições necessárias para a adopção da moeda única.
            Desde a criação da União Europeia em 1957 que os Estados Membros tinham em mente a construção de um “mercado comum”. Queriam que a economia europeia tivesse grandes resultados, proporcionando mais emprego e prosperidade aos seus cidadãos. Em 1991 foi assinado o Tratado de Maastricht onde se propunha uma moeda forte e estável para a Europa: o Euro.
            Hoje em dia utilizada por mais de 330 milhões de pessoas, o Euro, tem como principais vantagens: a maior possibilidade de escolha e preços mais estáveis para os consumidores; maior segurança e mais oportunidades para as empresas e mercados; maior estabilidade e crescimento económico, maior peso da União Europeia na economia mundial; ser um símbolo consistente da identidade europeia; fazer com que os mercados estejam mais integrados.
            As vantagens da moeda única abriram um vasto leque de novas oportunidades para os consumidores e cidadãos europeus. Permitiu uma maior transparência ao nível das transacções transfronteiriças, diminuição do risco nos negócios e a eliminação de custos adicionais que eram trazidos pelas operações de câmbio. Permitiu também aos consumidores e empresas observarem e compararem facilmente os preços praticados nos outros países da zona euro, o que estimulou o comércio entre países e o investimento.
            Estas vantagens não são apenas a nível Europeu, também havendo vantagens à escala mundial com a introdução do Euro. A moeda única faz com que os agentes económicos de outros países tenham interesse em estabelecer trocas comerciais e fomentar o investimento na zona euro. Este facto faz aumentar a sua importância na economia mundial. A dimensão e estabilidade económica existentes nesta zona permitem resistir a mudanças repentinas ou choques que possam surgir no resto do mundo.
            Contudo o Euro não tem só vantagens. Uma desvantagem apontada logo no seu surgimento foi: o custo de transformação das moedas dos países aderentes, mais todo o processo de mudança como por exemplo a mudança de sistemas contáveis, programas, material impresso, maquinas de venda automática, ATM’s e todo o tipo de maquinaria que aceitava a moeda antiga e que tinha de ser adaptada à nova moeda. Outras desvantagens do Euro são: custo da formação das pessoas que são elementos imprescindíveis das empresas; custo com o período de transição do escudo para o euro; a perda de soberania sobre a taxa de câmbio e taxa de juro; aumento da concorrência entre as empresas e os sectores, resultante da maior integração dos mercados e da maior transparência dos preços;
            Esta moeda é gerida pelo Banco Central Europeu que desde a sua criação controla toda politica monetária europeia. Esta entidade é independente dos restantes bancos da zona euro e dos Governos dos seus países, que em conjunto constituem o Eurossistema.

António Manuel Sepúlveda Coelho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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