A inovação tem surgido como uma
prioridade, com cada vez maior relevância, tanto nas políticas públicas como na
estratégia das empresas. Esta surge, então, como um elemento crucial para o
processo de crescimento sustentável da economia, levando
ao aumento da produtividade interna e a uma maior competitividade a nível
internacional das empresas. Não é por acaso que as mais conceituadas
empresas a nível mundial (Nokia, Apple, Microsoft, Google, entre outras) tenham
uma forte característica em comum: a inovação.
Assim, as empresas inovadoras
são aquelas capazes de recorrer à inovação para diferenciar os seus produtos ou
serviços daqueles que são oferecidos pelos concorrentes. Além disso, as empresas inovadoras são as que mais se preocupam
com a capacidade dos seus colaboradores. Estas devem gerar novos conhecimentos
que se possam converter em inovações.
A
criação de inovação pode aumentar consideravelmente a competitividade de uma
empresa, melhorando o seu desempenho e a sua eficiência na realização das
operações produtivas. Segundo Porter (1989), as empresas atingem a vantagem
competitiva através do aumento da produtividade, que se dá por meio de
inovações, decorrentes de novas tecnologias, novos métodos de formação, novas
abordagens de marketing ou aperfeiçoamento dos processos produtivos e de gerência.
Apesar deste ganho em vantagem
competitiva, muitas empresas mostram-se reticentes à criação de novos produtos,
pois a gestão do processo de inovação é uma actividade complexa que apresenta
elevados riscos. Frequentemente, as novas tecnologias não conseguem ser
transformadas em novos produtos ou serviços bem sucedidos no mercado. Apesar
destes riscos, caso não haja um constante progresso, as empresas estacionárias
acabam por serem ultrapassadas pelas empresas que procuram mais, eficientemente,
contornar as adversidades e superar as concorrentes.
Então, a produtividade
apresenta-se como uma preocupação crescente dos gestores das empresas, para ganhar
competitividade no mercado cada vez mais global. Assim, torna-se
imperativo que as empresas, do século XXI, estejam preparadas para renovar seus
produtos, processos e competências de forma contínua, de maneira a garantir a sua
sobrevivência no mercado.
Segundo Schumpeter (1984), a
inovação de um produto origina uma posição monopolista, estando a empresa a
produzir ou prestar um serviço único no mercado. Posição esta que permite um
acréscimo no lucro, possibilitando, preferencialmente, a realização de novos
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com vista a novas inovações,
permitindo a manutenção do monopólio.
Em Portugal, existem muitos
discursos sobre a importância da inovação, mas poucas acções concretas são
realizadas para promovê-la. Isso deve-se, principalmente, à falta de
conhecimento sobre como identificar, captar e desenvolver os recursos humanos,
financeiros e tecnológicos necessários para a inovação.
Para concluir, é de salientar
uma vez mais, que as inovações poderão possibilitar a expansão económica, dando
lugar ao desenvolvimento, ao progresso e à evolução. Levarão ao desenvolvimento da competitividade entre empresas no
mercado internacional, à criação de mais postos de emprego e ao aumento das
exportações. No entanto, dado o
actual contexto de crise em Portugal, é de esperar que este tipo de
investimento não seja uma prioridade. Actualmente, as empresas optam em
primeiro lugar pela redução de custos, depois, pelo aumento da
flexibilidade e, por fim, pela sua capacidade de inovação.
Ana
Sofia Ferreira Fernandes
Referências:
Eduardo Coutinho, Fernando Lana-Peixoto, Paulo Z.
Ribeiro e Hudson Amaral, “De Smith a Porter: um ensaio sobre as teorias de
comércio exterior”, Revista de Gestão USP, v. 12, n. 4, p. 101-113.
[artigo de opinião
produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do
3.º ano do curso de Economia (1.º ciclo) da EEG/UMinho]
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