quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Envelhecimento da população

Todos estamos familiarizados com a ideia de que, cada vez mais, e principalmente nos países desenvolvidos, a população está a envelhecer, sendo este um dos assuntos considerado como uma das transformações sociais mais significativas no século XXI.
Segundo a ONU, e devido a um estudo desenvolvido no Dia Internacional da Pessoa Idosa, foi concluído que há mais pessoas com 65 anos do que crianças menores de 5 anos, caso nunca antes ocorrido. Se este aumento continuar, poderá haver um aumento de 46% da população com mais de 60 anos até 2030, ultrapassando assim a classe das crianças com menos de 10 anos. O relatório indica também que o número de idosos será maior na Ásia, no entanto, o continente mais envelhecido será a Europa. O continente onde se verificará o maior aumento populacional é África.



O envelhecimento da população é, portanto, um fator preocupante para a Europa, uma vez que, devido aos avanços médicos e à melhoria da qualidade de vida, a esperança média de vida está a aumentar. Isto demonstra evolução, no entanto, esta não acompanha a taxa de natalidade e de fertilidade, que se encontram em declínio, o que pode trazer grandes consequências económicas. Teremos cada vez menos população ativa a suportar a população não ativa.
Neste momento, a Europa tem por cada pessoa de 65 anos ou mais, 4,4 pessoas em idade de trabalhar mas, se a população ativa diminuir, estima-se que o número baixe para 3,1 em 2025 e para 2,1 em 2050. Portugal não foge a este efeito, sendo um dos 5 países da Europa mais envelhecidos.
Além de mais mulheres terem menos filhos, estas estão a tê-los mais tarde. É de conhecimento geral que países europeus estão a desenvolver medidas de forma a incentivar o aumento da natalidade e a aumentar o bem-estar das famílias, e cada vez mais são as vantagens como a diminuição do IRS consoante o número de filhos, subsídios à natalidade, comparticipações nos primeiros anos, entre outros.
Se temos mais idosos e menos jovens, teremos menos mão-de-obra e a proporção de reformados face ao número de trabalhadores aumenta. Os custos de cuidados de saúde e sociais são maiores e há menos pessoas a contribuir para a segurança social com impostos e mais pessoas reformadas, o que vai alterar a sustentabilidade desta.
Na minha opinião e constatando estes factos, este é um assunto que representa cada vez mais um desafio para os países e que é necessário tentar combater o mais rapidamente possível, procurando encontrar soluções que permitam a sustentabilidade da segurança social. Várias políticas de apoio à natalidade anteriormente expostas iriam ajudar a combater este tema da atualidade. O verdadeiro problema é a não existência de suficientes incentivos a ter filhos, o que não passa só pelas mulheres e pelas novas gerações, mas sim prende-se com a mentalidade de todas as pessoas, do governo e do país.

Telma Torres

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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