Nos últimos anos, a educação em Portugal caminha para o “abismo”. O desinvestimento em educação já é uma imagem de marca de Portugal, existindo cortes constantes em todos os sectores da educação: ensino básico, secundário e superior.
Em 2010, a despesa do Estado em educação rondou os 8.559,2 milhões de euros, valor que fica muito aquém do esperado quando comparado com os restantes países da União Europeia. Nos anos seguintes, a despesa com a educação diminuiu, tendo em 2012 atingido os 6.622,4 milhões de euros.
O ensino básico e secundário têm sido alvo de variados cortes que colocam em risco a aprendizagem de todos os alunos. O ministério da educação resolveu aumentar o número de alunos por turma, podendo cada turma atingir os 30 alunos. Esta medida proporciona um menor número de turmas por escola e, por consequência, um menor número de professores. Outra medida existente é a canalização dos professores com horário-zero para as atividades de enriquecimento curricular. Com isto, o estado consegue diminuir as despesas com a educação, já que o número de professores diminui, o que faz com que o volume de salários a pagar também diminua. Mas estas medidas provocam uma perda de interesse dos alunos nas aulas e uma dificuldade de os professores conseguirem ensinar devidamente, dado o elevado número de alunos numa só sala de aula.
O ensino superior apresenta constantes cortes de financiamento. O estado português, ano após ano, tem realizado cortes financeiros às universidades, provocando o aumento das propinas, o que aumenta a taxa de abandono do ensino superior por parte dos alunos mais desfavorecidos; provoca, também, um elevado corte na área da investigação, não existindo recursos monetários, subsídios, suficientes para apoiar os variados projetos de investigação das universidades.
A educação sofre com um forte desânimo do pessoal docente, funcionários e professores, já que são sujeitos a sucessivos cortes nos salários, possuem fracas condições de trabalho, sentem-se completamente desapoiados pelo ministério da educação.
Estas situações remetem-nos para perguntas como: qual o futuro da educação portuguesa? Qual o futuro dos jovens? Em vez de evoluirmos regredimos?! Portugal precisa de rever as suas medidas em matéria de educação. Precisa de colocar a educação como um dos principais sectores a desenvolver, a evoluir. O país necessita de um bom sistema de ensino para se poder desenvolver, e, assim, poder competir com os restantes países da União Europeia.
Portugal encontra-se numa fase de má conjuntura económica e, por isso, tem, ou deveria ter, que apostar fortemente na formação de capital humano para haver um maior número de profissionais capazes de desenvolver o país, quer social, cultural ou economicamente. Só com trabalhadores qualificados é que é possível haver algum tipo de desenvolvimento, de evolução.
O estado português tem de pensar que futuro do país são os jovens!
Raquel Saraiva Pinheiro Soares
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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