Após concluir com êxito o programa de ajustamento delineado pela troica, Portugal está oficialmente fora da égide destas instituições internacionais, deixando o Governo gerir com soberba arte os problemas do costume: défice orçamental; dívida pública a aumentar; uma economia moribunda, incapaz de reduzir visivelmente o nível desemprego, onde se destaca o desemprego jovem. Aumentar impostos e reduzir o Estado Social parece ser a zona de conforto deste Governo. Qual o impacto deste paradigma na escola pública?
A defesa de uma escola pública de qualidade é um dos pilares do Estado Social, com as sucessivas medidas de austeridade e a desacreditação da escola pública devido à incompetência do Ministério da Educação, degrada-se a qualidade da educação em Portugal, o nível de desemprego entre os jovens licenciados aliado às débeis finanças das famílias portuguesas retrai a vontade de prosseguir os estudos no ensino superior. Parece que estes já não são garantia de melhor qualidade de vida, pelo menos para quem aspira a trabalhar em Portugal.
A escola deve formar profissionais capazes de desempenhar com qualidade o seu trabalho e, mais importante, deve formar cidadãos de plenos direitos, capazes de ter uma voz ativa na sociedade. Se como jovens profissionais parecem ser cada vez menos as oportunidades de demonstrarmos a nossa qualidade, como jovens cidadãos de plenos direitos não faltam razões para fazer ouvir a nossa voz. Contudo, nunca os jovens foram tão tacanhos. Talvez, estejamos demasiados absorvidos pela tecnologia que nos rodeia.
Embora o futuro da escola pública esteja infelizmente cada vez mais destinado a ser gerido por privados, vale a pena refletir sobre o caminho a seguir. O ensino profissional deve ganhar preponderância, uma vez que no setor produtivo terá de ganhar dimensão de forma a melhorar a balança comercial. A promoção das competências adquiridas pelos estudantes juntos das entidades empregadoras, para que estas percebam que estes são uma mais-valia no desenvolvimento das empresas é outra das apostas a fazer. De facto, a promoção de competências é crucial, dado o perfil do empresário português, que tem reduzidos conhecimentos em gestão empresarial. Uma outra aposta a prosseguir refere-se ao aproveitamento das TIC na promoção do sucesso escolar.
O futuro da escola pública passa pela promoção da excelência, onde os alunos têm todas as condições do primeiro ao último dia, maior ligação ao tecido empresarial, e estar preparados para responder as problemáticas que surjam, nomeadamente o impacto da tecnologia no comportamento dos estudantes.
Ricardo Lima
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário