“Mota-Engil África vai construir barragem no rio Nilo”: notícia do Jornal de Negócios, de 2/10/2014
O grupo Mota-Engil assinou um acordo com o governo do Uganda para o estudo (de viabilidade técnica e económica) e construção de um projeto hidroelétrico no rio Nilo, entre os lagos de Kyoga e Albert, no valor de 790 milhões de euros (aproximadamente 1000 milhões de dólares). Os já líderes em Portugal, com posição consolidada no ranking dos 30 maiores grupos de construção europeus e presença em 3 continentes (Europa, África e América Latina) e em 21 países preparam-se agora para um projeto “que pelo valor do investimento será uma das maiores obras da empresa”, cita o Jornal de Negócios.
O acordo prevê que a Mota-Engil África fique encarregue do estudo, construção, financiamento e operação da barragem, assegurando a produção e transmissão de energia no país, segundo um contrato de venda de energia por 30 anos e, ainda, a instalação de uma capacidade de produção de 392 megawatts (MW). Tudo isto está integrado no plano “Uganda Vision 2040”, lançado em 2013, que tem por objetivo atingir uma capacidade de produção hidroelétrica de 4500 MW até 2040. Trata-se, portanto, de um projeto bastante ambicioso por parte do governo do Uganda na área das obras públicas e recursos energéticos, pois até 2012 este mesmo país tinha uma capacidade instalada de 482 MW e apenas 12% da população tinha acesso a eletricidade.
Está ainda prevista a concretização das fases de estudos técnicos e de montagem da operação de financiamento entre 2014 e 2015, sendo a construção assegurada integralmente pela Mota-Engil África, a qual deverá ter início no último trimestre de 2015 e decorrerá durante três anos. Assim sendo, sem dúvida que este será um projeto importantíssimo para o grupo português pois, além de estarmos perante uma imponente obra com todos os encargos consequentes, tais como a operação da barragem, produção e transmissão de energia (entre outros), a Mota-Engil tem em mãos a oportunidade de conseguir um maior número de parcerias com o governo do Uganda nas mais diversas áreas. Entre essas áreas estão as infraestruturas, transportes e logística, energia, Oil & Gás, mineração e ambiente (objetivos que estão patentes na apresentação institucional do grupo), além de poder eventualmente marcar presença em mais países Africanos (ou, quem sabe, Asiáticos). Para tal, o grupo usufrui de uma longa e reconhecida experiência, associada a um elevado know-how técnico nas áreas de engenharia e construção.
Deste modo, esta "multinacional" ocupa um papel relevante na economia portuguesa e não só, assumindo-se cada vez mais como referência no panorama europeu, com presença em diversos mercados e com um volume de negócios crescente, podendo, eventualmente, abrir as portas para o recrutamento em solo nacional, combatendo o desemprego que tanto tem assolado o país nestes últimos anos. É de salientar que projetos desta envergadura, realizados por multinacionais quer dentro do país, quer no estrangeiro, podem contribuir favoravelmente para a melhoria da qualidade de vida de muitas famílias e para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, inclusive outras empresas de diversos ramos, como é o caso da COBA, uma consultora de engenharia portuguesa que foi convidada pela Mota-Engil para colaborar no estudo de viabilidade.
Em suma, é inegável a importância das multinacionais portuguesas, como é o caso da Mota-Engil, no combate ao desemprego que se verifica em Portugal e no reconhecimento internacional da qualidade dos produtos/obras nacionais. Sendo esta obra fruto dessa mesma valorização da qualidade dos bens e serviços prestados pelo grupo, acaba também por constituir um incentivo para o desenvolvimento e alavancagem de muitas pequenas e médias empresas do setor que compõem a maior parte do tecido empresarial português, ou de outras empresas de diversos ramos, como é o caso da COBA.
Assim sendo, podemos ver com bons olhos esta obra da Mota-Engil, que contraria o pessimismo no qual se encontra envolta a indústria construtora portuguesa!
Hélio André Guimarães Ribeiro
Fontes:
http://www.mota-engil.pt/images/content/2561_1_G.pdf?&searchlink=true&searchlink=true
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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