Num mundo onde o conceito de crise toma todo o poder e em que nenhum tipo de discussão, barulho, revolta e argumentação se faz ouvir, a crença de que algo positivo esteja a ser criado e desenvolvido para a economia e, consequentemente, para os cidadãos, torna-se quase inexistente. Porém, iniciativas têm que ser tomadas pois só desse modo será possível a criação de instrumentos que conduzam a estratégias que se repercutam numa economia mais competitiva e criadora de emprego.
Uma dessas estratégias é o conceito de Europa 2020, que tem como prioridade a criação de três tipos de crescimento: o crescimento sustentável, o inteligente e o inclusivo. O primeiro destes reflete o investimento na educação, investigação e inovação. O sustentável dá atenção a uma economia de baixo teor de carbono. E o último visa a criação de emprego e a redução da pobreza.
Mais especificamente, um dos cinco grandes objetivos desta iniciativa corresponde, na área da empregabilidade, a aumentar para 75% a taxa de emprego na faixa etária dos 20 aos 64 anos. No que diz respeito à inovação e desenvolvimento, pretende-se aumentar para 3% do PIB o investimento da União Europeia nesta área. Em relação às alterações climáticas e sustentabilidade energética, visa-se reduzir as emissões de gases de efeito de estufa de 20 a 30%, obter 20% da energia a partir de fontes renováveis e aumentar no mesmo valor a eficiência energética. No sector da educação, pretende-se reduzir a taxa de abandono escolar precoce para menos de 10% e aumentar para, pelo menos, 40% a percentagem da população na faixa etária dos 30 aos 34 anos que possui um diploma do ensino superior. E, por fim, no que se refere à luta contra à pobreza e a exclusão social, impõe-se a redução de, pelo menos, 20 milhões de pessoas em risco ou em situação de pobreza ou de exclusão social.
A pergunta que se impõe é: perante as diferentes características e situações económicas de cada país, como se alcançarão estes objetivos de forma equilibrada? “Para garantir a concretização das metas da estratégia Europa 2020, foi criado um sistema sólido e eficaz de governação económica para coordenar as medidas políticas entre a UE e os governos nacionais em função das situações e circunstâncias de cada um.”
E Portugal? Como está o nosso país a responder a esta estratégia? O que esperar do Portugal 2020?
Segundo o Ministro Adjunto para o Desenvolvimento, Miguel Poiares Maduro, "uma das grandes prioridades é a deslocação do investimento das infraestruturas, onde Portugal está acima da média europeia, para a competitividade e a internacionalização das empresas, que é o grande défice do país e a razão de fundo pela qual entrámos no passado, com grande frequência, em situações de insustentabilidade financeira".
O quadro de programação Portugal 2020 está assente em quatro eixos temáticos essenciais: competitividade e internacionalização; capital humano; inclusão social e emprego; e sustentabilidade e eficiência no uso dos recursos.
Mas com tantas políticas e estratégicas já estudadas, será esta uma boa aposta? Não estarão alguns países, depois das situações de austeridade que atravessaram, um pouco fartos de criar esperanças sobre algo que provavelmente nunca será concretizado? São várias as perguntas que podem surgir sobre este assunto. No entanto, acho, a melhoria ao nível das qualificações e aprendizagem, o incentivo à investigação e inovação, bem como da utilização de redes inteligentes e economia digital, modernização da indústria, busca de eficiência em matéria de energia e recursos, colaboração entre os países de modo a alcançar objetivos comuns e ainda uma liderança ao mais alto nível político (Conselho Europeu), são importantes para o desenvolvimento e sucesso deste tipo de estratégia.
Luísa Cunha Lima
Fontes:
http://www.portugal.gov.pt/pt/os-temas/portugal-2020/portugal-2020.aspx
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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