As energias renováveis tinham, no discurso de José Sócrates, um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico e sustentável do país. E, de facto, o investimento surgiu, tendo sido construídas notáveis infraestruturas para que pudéssemos estar no patamar onde nos encontramos no quadro Europeu.
Em termos relativos, a energia elétrica produzida em Portugal a partir de fontes de energia “limpa” teve uma tendência crescente, tendo atingido o marco histórico de 53.7% no ano de 2010, tendo sido cumprido o objetivo de 45% definido para esse ano. Dados de 2012 apontam para um decréscimo deste rácio para 44.3% nesse ano, contrariando a tendência de anos anteriores.
Portugal, no âmbito destas novas diretrizes da UE, comprometeu-se a aumentar o peso do consumo total de energia através de fontes renováveis, sendo previsto que no ano de 2020 cerca de 31% da energia consumida seja “verde”. Esta é a 5º meta mais exigente entre os países membros, sendo apenas superada pela Suécia (49%), Letónia (40%), Finlândia (38%) e Áustria (34%). Em sexto lugar surge a Espanha (30%), com valor equivalente ao definido para a média coletiva da União.
Um investimento estratégico em termos de educação foi também feito, com a criação de Licenciaturas em Engenharia de Energias Renováveis em universidades como a de Trás-os-Montes e Alto Douro e a dos Açores, e Institutos Politécnicos de Viana do Castelo, Bragança, Leiria, Coimbra e Viseu (entre outros), zonas geográficas estas em que a potência instalada atinge valores assinaláveis, com atenção especial para Viseu (719.3 MW) e Coimbra (513.8 MW).
Atualmente, com o contínuo desinvestimento no sector em questão e na educação, os frutos colhidos desta aposta começam a fazer sentir os primeiros sinais de abrandamento, pelo que considero vital que seja novamente dado o devido valor a esta área. Ainda assim, temos todas as condições para continuarmos a liderar e a prosperar no futuro. Sendo o nosso país extremamente dependente do exterior em termos energéticos (infelizmente, os poços de petróleo não abundam por terras Lusas), é imperial tornarmo-nos cada vez mais eficientes e produtivos nesta área, e em constante inovação. Empresas como a EDP Renováveis, ENEOP e IBERWIND lideram no investimento em parques eólicos e já deram o salto além-fronteiras, e é este o sentido que eu e os da minha geração devemos tomar, com a consciência de que não teremos apenas benefícios económicos, mas também ambientais, no longo-prazo.
Pedro Marques de Abreu
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário