terça-feira, 7 de outubro de 2014

As PME em Portugal: reflexões e desafios

As pequenas e médias empresas (PME) desempenham um papel económico e social muito importante. Este papel é extremamente apreciado em períodos de crise e de agravamento do desemprego, como o que atravessamos.
Em particular, o desenvolvimento das PME proporciona várias possibilidades de emprego, o que pode contribuir para reduzir a taxa de desemprego, contribuindo para o bem-estar das comunidades locais e regionais. Por outro lado, o desenvolvimento do sector das PME pode reforçar a concorrência e a produtividade, estimulando, por conseguinte, o crescimento do rendimento global e do rendimento per capita.
O tecido empresarial português é principalmente feito de pequenas empresas, responsáveis por grande parte do emprego da mão-de-obra nacional. Estas são as PME que, por gerarem quase dois terços do PIB, concentram grande parte das atenções.
De acordo com os dados fornecidos pelo INE, em 2011, existiam cerca 1,1 milhões de PME, o equivalente a 99,9% do conjunto de empresas em Portugal. No mesmo ano, 78,5% da mão-de-obra empregada trabalhava nas empresas de menor dimensão.
Apesar de 99,9% das empresas serem PME, estas eram responsáveis em 2011 por 58,8% do volume de negócios total gerado em Portugal. Ainda assim, uma percentagem elevada já que as PME são, por definição, pequenas empresas com menos de 250 trabalhadores e com um volume de negócios menor ou igual a 50 milhões de euros.
O forte peso das PME na economia nacional é acompanhado de uma significativa contribuição destas empresas para o PIB. Os dados do INE, para 2011, revelam que as PME foram responsáveis por 61,1% do valor acrescentado bruto. Ou seja, quase dois terços do que se produz em Portugal vem de empresas de pequena e média dimensão.
Todavia, as PME vêem-se muitas vezes confrontadas com deficiências do mercado, pois têm dificuldade na obtenção de financiamento, designadamente na fase de arranque, e os seus escassos recursos podem igualmente reduzir o acesso a novas tecnologias. As PME são efectivamente confrontadas com problemas que não são comuns às grandes empresas, nomeadamente o acesso a recursos financeiros e humanos.
Entre as principais vantagens, comparativamente às grandes empresas, as PME têm actividades diversificadas e estruturas de mercado flexíveis que favorecem respostas rápidas às mudanças no mercado e têm a capacidade de aproveitarem mais facilmente os diversos nichos de mercado. Estas características são importantes vantagens no contexto económico actual, marcado pela incerteza.
Concluindo, é um facto de que as PME são indispensáveis para o alcance do crescimento económico, a criação de empreso e a coesão económica e social. Além disso, para revitalizar a economia, Portugal necessita de mais pessoas dispostas a tornarem-se empreendedores. Assim, na minha opinião, é fundamental o apoio às pequenas e médias empresas, na promoção de um ambiente favorável. Sendo essencial tomar medidas para resolver as ineficiências do mercado que continuam a persistir e que constituem um obstáculo ao seu potencial de desenvolvimento, limitando o acesso das PME à inovação, às tecnologias de informação e ao financiamento.
                                                                                              
Rafaela Silva Ribeiro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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