A internacionalização da economia portuguesa tem sido encarada como uma prioridade, chegando mesmo a ser um dos fatores que decididamente poderão contribuir para o sucesso das empresas portuguesas no mercado competitivo e global no qual estão imersas.
Os ajustamentos da economia portuguesa levaram a contrações no mercado nacional, conduzindo à necessidade de as empresas virarem-se para o mercado externo, sob risco de internamente não garantirem o escoamento dos seus produtos e/ou serviços. Para além disso, a globalização criou um sistema económico e empresarial mais competitivo e concorrencial, não só ao nível do preço mas também ao nível da diferenciação.
Diversos fatores poderão contribuir para o sucesso das empresas no mercado exterior, uns controlados por elas próprias, como é o caso da qualidade do produto e/ ou serviço, outros relacionados com as características do próprio país. No caso de Portugal, poderemos citar a sua localização geográfica e a enorme vantagem que poderá significar a integração na União Europeia (UE).
Atualmente, Espanha, Alemanha e França são os principais clientes das empresas portuguesas. Claramente, a maior parte das exportações, cerca de 70,3% em 2013, destinaram-se aos países da UE. Nesse ano, as exportações para a UE totalizaram 33.227,7 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 3,5% relativamente ao ano anterior.
Apesar disso, o interesse das empresas e as oportunidades em países terceiros são cada vez maiores. Dados estatísticos demonstram uma evolução positiva das relações comerciais com países Extra-UE. Em 2013, as exportações para estes países aumentaram cerca de 7,1% (montante global de 14.038,8 milhões de euros), quando comparado com o ano anterior. Neste grupo, os principais destinos das exportações portuguesas são Angola, EUA e Brasil.
É do conhecimento geral que o processo de internacionalização pode conduzir a melhorias na situação económica e financeira da empresa, a aumentos de competitividade e garantias de sustentabilidade no futuro. Contudo, pode também significar o caminho para o fracasso. O processo de internacionalização não deve ser encarado como a solução para os problemas económicos e financeiros das empresas, nem uma resposta a excelentes capacidades de investimento.
O processo de internacionalização é complexo, exige recursos financeiros e humanos, a existência de uma estrutura sólida, um posicionamento bem definido. Portanto, a empresa deve estar devidamente preparada, em termos institucionais e operacionais. A internacionalização é uma estratégia que deve ser incorporada na empresa na sua globalidade e por isso representa um passo importante e marcante na sua história.
O governo português deverá reconhecer o papel fundamental das PME no desenvolvimento económico nacional e, por isso, deverá criar as condições para aumentar as suas capacidades para dar resposta a estes desafios atuais. Apoiar as PME deverá ser um interesse da sociedade em geral. Um interesse público.
Para as empresas portuguesas já não basta garantir a sua consolidação e posição no mercado nacional, é necessário a aposta na venda, compra e na cooperação a nível internacional.
Em Portugal, o processo de internacionalização na maior parte das PME, especificando mesmo das micro-empresas, é sinónimo de exportação. E é assim que se começam a “internacionalizar”. A internacionalização não significa apenas investimento direto em filiais noutros países.
Ao longo dos anos têm sido tomadas algumas medidas para apoiar as empresas no seu processo de internacionalização, especificamente, a exportação. Segundo dados recolhidos no Instituto Nacional de Estatística, no ano de 2013 as exportações de bens para mercados externos aumentaram 4,5% quando comparado com o ano anterior, representando cerca de 41% do PIB. Apesar deste aumento, é certo que em anos anteriores essa taxa de crescimento foi superior, ou seja, cerca de 5,6% em 2012, 14,9% em 2011 e 17,6% em 2010.
As competências e qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas portuguesas são evidentes. Cada vez mais, estamos perante produtos inovadores, diversificados com incorporação de design e tecnologia, nomeadamente em setores tradicionais. Este aspeto tem sido reconhecido pelos mercados externos. O setor do calçado é um exemplo.
A estratégia será por aí: aposta na inovação e na investigação e desenvolvimento, promovendo cada vez mais a ligação entre empresas, universidades e centros tecnológicos. Para além disso, é fundamental dotar as empresas de instrumentos de apoio de modo a estarem mais informadas e preparadas para avançar para mercados externos.
Ainda assim, realizando uma análise por produto e/ou serviço, o turismo representa o setor com maior peso no total das exportações, representando cerca de 9,5 % do PIB, seguido dos produtos incluídos nos grupos das máquinas e aparelhos, dos veículos e outros materiais de transporte e os combustíveis minerais.
Francisca Melo Rodrigues Pereira
FONTES:
Instituto Nacional de Estatística
AICEP Portugal Global – Agencia para o Investimento e Comercio Externo de Portugal
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário